Região
Após morte de recruta, advogados pedem afastamento de comandante do Exército
Grupo ‘Juristas pela Democracia-MS’ solicitou que OAB/ MS faça 'correta apuração' do caso.
Campo Grande News
09 de Maio de 2024 - 09:15
O pedido de socorro das mães dos recrutas do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bela Vista (MS), chegou ao prédio da OAB/ MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Campo Grande). Na manhã desta quinta-feira (09), advogados do grupo ‘Juristas pela Democracia-MS’ protocolaram pedido de afastamento do comandante responsável pelo regimento.
O pedido de afastamento foi feito devido a morte do recruta Vinícius Ibañez Riquelme, de 19 anos. A morte do soldado fez com que mães de outros recrutas da unidade procurassem grupos de advogados para denunciar práticas de tortura na unidade do Exército.
Em Campo Grande, a advogada Giselle Marques apresentou o documento que também pede ‘ações necessárias à eficiente e correta apuração’ sobre a causa da morte do jovem. Ela comenta que a presença do comandante no Exército no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado tem deixado as mães aflitas.
“Ele [o comandante] continua em exercício e abre brecha para que a investigação que está acontecendo lá possa ser contaminada. As mães dos militares que continuam trabalhando lá estão aflitas, estão com medo de que seus filhos possam estar sendo vítimas de maus tratos”, diz.
Integrante do ‘Juristas pela Democracia-MS’, Giselle Marques solicitou a presença de representantes da OAB/ MS no município para verificar a situação. No documento, a advogada descreve como ‘estarrecedoras’ as imagens do corpo de Vinícius Ibañez Riquelme e os relatos das mães.
O documento protocolado à OAB/ MS denúncia que outros soldados podem ter sequelas pelo resto da vida. Leia o trecho a seguir:
“É inadmissível que as famílias enviem seus filhos para servir à Pátria, e recebam de volta os jovens lesionados, traumatizados, feridos por toda a vida por uma guerra que tem se travado no âmbito do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada de Bela Vista – Mato Grosso do Sul, no qual há completa disparidade de armas. Por isso, é a presente para requerer o empenho pessoal dessa presidência na apuração rigorosa dos fatos”,
O advogado Lairson Palermo, que reforçou o protocolo de afastamento com a advogada, garantiu que a intenção não é prejudicar o Exército. “Nosso interesse justamente é preservar as forças armadas desses fatos que denigrem a imagem do Exército, e para que possam afastar esse comandante”, destaca.