Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Domingo, 24 de Novembro de 2024

Região

Fugitivo morto pela PM assassinou amigo que negou dinheiro emprestado

Campo Grande News

20 de Maio de 2021 - 13:39

Fugitivo morto pela PM assassinou amigo que negou dinheiro emprestado
Morto hoje, Osmar Roque usava nome de Caio em redes sociais (Foto: Reprodução)

Morto com um tiro no peito ao apontar a arma para o policial militar que tentava prendê-lo na manhã de hoje (20) em Itaporã, Osmar Roque, 24, era acusado de homicídio e tentativa de homicídio contra um casal de Rio Brilhante, em 2017. As vítimas foram pessoas que deram abrigo a ele no período em que esteve em Rio Brilhante. Osmar esfaqueou Cícero Aparecido dos Santos Silva e Karina Ferreira Soares após o amigo se negar a lhe fazer um empréstimo. Ele queria o dinheiro para fazer festa de aniversário para a namorada.

Osmar Roque nasceu em Foz do Iguaçu (PR) e morou em Santa Catarina, onde tirou o documento de identidade. No dia 19 de julho de 2017, depois de negado o pedido de empréstimo, ele atacou Cícero e Karina enquanto o casal dormia. Conforme a denúncia feita pelo promotor de Justiça Jorge Ferreira Neto Junior no dia 16 de julho do ano passado, Cícero foi o primeiro a receber os golpes de faca quando estava na cama, mas conseguiu correr para fora da casa. Quando viu Osmar investindo contra Karina, Cícero, mesmo já ferido, entrou em luta corporal com o criminoso. Osmar fugiu e deixou a faca usada no crime.

Karina levou golpes no peito, na mão direita e na perna esquerda, mas sobreviveu. Cícero foi atendido inicialmente no hospital de Rio Brilhante e depois transferido para a UTI do Hospital da Vida, em Dourados. Dias depois ele foi para outro hospital de Dourados, de onde teve alta para continuar o tratamento em casa através do sistema home care. No entanto, devido a complicações do seu quadro clínico, ele voltou para o hospital de Rio Brilhante, onde morreu no dia 26 de novembro de 2017 por choque séptico em decorrência da facada que atingiu seu pulmão.

Para o Ministério Público, Osmar cometeu os crimes por motivo fútil pelo simples fato de o amigo se negar a lhe emprestar dinheiro e por recurso que dificultou a defesa das vítimas, atacadas quando dormiam.

Tráfico – Osmar Roque estava morando com o casal em Rio Brilhante depois de ser acusado de tráfico de drogas em Maracaju, onde morava na Vila Juquita até o início de 2017. No dia 8 de fevereiro daquele ano, Osmar foi denunciado por um dos clientes da “boca de fumo” que ele mantinha no bairro. O usuário afirmou que tinha comprado três trouxinhas de crack de Osmar e deixado o celular como garantia de pagamento.

Entretanto, mesmo ele pagando o valor em dinheiro posteriormente, Osmar teria se negado a devolver o celular. Foi o próprio cliente da “boca” que procurou a polícia para denunciar o traficante. Chamado para depor, Osmar Roque confirmou a história, mas como não houve flagrante e não teve droga apreendida, ele foi liberado. Entretanto, a investigação da Polícia Civil concluiu que Osmar cometeu o crime. Ele foi indiciado e no dia 21 de julho de 2017 denunciado pelo Ministério Público por tráfico de drogas.

Em maio de 2019, o Poder Judiciário mandou intimar Osmar Roque sobre a ação penal na qual foi denunciado, mas ele não foi mais encontrado no endereço que tinha na Vila Juquita. Depois disso, foi considerado “em local incerto e não sabido”.

A morte - Na manhã de hoje, sabendo que o foragido estava escondido no local, três policiais militares foram até a casa número 135 da Rua Goitacaz, em Itaporã, para cumprir o mandado de prisão expedido pela Justiça contra Osmar Roque.

Segundo a ocorrência policial, ao perceber a presença da PM, Osmar subiu no telhado para tentar escapar. Como estava cercado, um dos policiais disparou tiro de advertência para o alto e o bandido desceu e entrou de novo na casa. No interior da casa ele se deparou com um dos policiais, que lhe deu ordem para se entregar. Osmar teria apontado o revólver para o PM, momento em que foi alvejado com tiro no peito.

O foragido foi levado para o hospital de Itaporã e devido à gravidade foi solicitada vaga na UTI do Hospital da Vida, em Dourados, mas ele morreu antes de ser transferido. Além do revólver calibre 38 com cinco munições intactas que levava na mão, Osmar tinha no bolso mais 11 cartuchos do mesmo calibre. A munição foi encontrada pelo enfermeiro do hospital de Itaporã.