Região
Governo pode antecipar decreto de emergência ambiental em MS
Secretário de meio ambiente afirma que 2024 exige ações.
Campo Grande News
21 de Fevereiro de 2024 - 10:33
Com cenário atípico no Pantanal nos primeiros meses do ano, o Governo estuda antecipar o decreto de emergência ambiental em Mato Grosso do Sul, devido a ação do fenômeno climático El Niño. Na manhã desta terça-feira (21), o secretário de meio ambiente, Jaime Verruck, revelou que a pasta vai avaliar nos próximos 15 dias a situação do bioma.
A fala foi dita após o 1º Seminário de Prevenção aos Incêndios Florestais de Mato Grosso do Sul, realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. Normalmente o estado emite alerta de incêndios nos períodos mais secos, marcados de junho a agosto.
“Nós achamos que esse ano temos que começar uma ação muito rápida e vamos ver a partir desse decreto para poder monitorar a partir de março ou abril. Que deveriam ser mais tranquilos, pois tem chuva. Já tivemos fogo em janeiro, isso preocupa”.
Segundo Verruck a Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia) está realizando um estudo técnico para validar ou não a antecipação. "Todo decreto de emergência precisa ter uma base técnica. Ele facilita todo processo de contratação. Nas próximas duas semanas vamos fazer isso e se indicar que nós temos uma situação que justifique nos vamos fazer sim".
Chuvas - Desde dezembro de 2023 o volume de chuvas está abaixo da média em todo o Estado. A previsão é de que o déficit de precipitação persista e provoque danos ambientais, com ampliação de área seca e intensificação de casos de incêndios florestais.
Vinícius Sperling, meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), ressalta que o cenário crítico está presente há três meses e que a situação deve se agrave nos próximos meses.
No Pantanal, a área com seca foi intensificada no período que deveria ser mais chuvoso, entre dezembro e janeiro. De acordo com a análise do Cemtec, isso resulta no aumento dos focos de calor no bioma e consequentemente em incêndios. “Desde novembro a gente observou o avanço da seca, com piora em janeiro por conta das chuvas muito abaixo do ideal".