Região
Riedel espera para maio permissão da União para MS conceder trecho de BRs
Governo do Estado quer fazer pacote de concessões de rodovias da região leste, onde fábricas de celulose estão instaladas.
Correio do Estado
18 de Março de 2024 - 09:18
O pacotão projetado pelo governo de Mato Grosso do Sul para a concessão em conjunto de cinco rodovias, com trechos de rodovias federais, deverá ter andamento nos próximos meses. Segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB), o Executivo espera que o governo federal delegue trechos das BRs 262 e 267 até maio deste ano.
O plano do governo estadual é conceder à iniciativa privada trechos das BRs. No caso da BR-262, o trecho pretendido vai de Campo Grande a Três Lagoas, enquanto o referente à BR-267, será de Nova Andradina a Bataguassu.
Além dessas rodovias federais, o governo do Estado quer fazer a concessão da MS-040 – o projeto inicial também citava a MS-338 e a MS-395 –, criando assim a “rota da celulose” e entregando à iniciativa privada praticamente todos os caminhos até o estado de São Paulo.
De acordo com Riedel, o estudo de viabilidade técnica para a concessão das estradas já está em fase final de levantamento. Quando o documento for concluído, só será necessária a delegação por parte da União.
“Está terminando o estudo, e nós vamos apresentá-lo para o governo federal, e aí a discussão estará internalizada lá, para delegar para o Estado. Acho que isso acontece em maio, provavelmente”, afirmou o governador durante evento.
Em agosto do ano passado, o Executivo estadual abriu chamamento público para encontrar empresa interessada em elaborar um estudo de viabilidade técnica para a concessão das rodovias.
A medida já previa um aumento no fluxo de veículos leves e pesados nessas regiões, justamente pela instalação de empresas ligadas ao segmento da celulose. A previsão é de que mais de 900 km de rodovias sejam concedidos.
O grupo Consultores Rodoviários foi escolhido para realizar o estudo de estruturação do projeto destinado à adequação de capacidade, reabilitação, operação, manutenção e conservação das rodovias.
Esse grupo é formado pelas empresas Moysés & Pires Sociedade de Advogados, Proficenter Negócios em Infraestrutura Ltda., Infraplan Consultoria Ltda., Vallya Avisos Assessoria Financeira Ltda. Pavesys Engenharia S/S Ltda. e Ecoworld Consultoria e Administração Eireli.
O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, já havia falado em 2023 sobre a necessidade de conceder essas rodovias. “Nós vamos trabalhar paralelamente ao governo federal, tentando modelar [a logística], porque é uma medida urgente”, disse em agosto daquele ano.
DELEGAÇÃO
Em novembro do ano passado, o governo do Estado saiu confiante sobre o acerto para a delegação dos trechos das rodovias federais após reunião com o Ministério dos Transportes.
Segundo o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), Hélio Peluffo, na época, o ministro dos Transportes, Renan Filho, teria reagido positivamente ao pedido de Mato Grosso do Sul de que trechos das BRs 262 e 267 fossem delegados ao Estado.
Em reunião com Riedel e Peluffo, o ministro teria afirmado que estudaria as questões legais e formais para essa delegação e teria dito que levaria a pauta para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Saímos satisfeitos da reunião. A explanação do governador Eduardo Riedel e a participação da bancada federal validaram o pedido, para que o Estado tenha a delegação dos trechos das BRs 262 e 267. Essa é uma das pautas que vai ajudar a desenvolver o Estado e a melhorar a logística, para que a gente possa atender o setor produtivo”, afirmou Peluffo na época.
Com o pedido, o governo de MS pretende levar condições melhores para a região, que recentemente recebeu um aumento de plantas destinadas à celulose, o que impactará significativamente o fluxo de veículos pesados entre Campo Grande e as saídas para São Paulo.
As rodovias incluídas no pacote ligam Mato Grosso do Sul ao estado paulista e passam pelas cidades de Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas.