Saúde
Circulação de nova cepa e risco de outras deve ser suficiente para medidas duras
Campo Grande News
05 de Março de 2021 - 16:34
A existência de variantes do novo coronavírus circulando, por si só, já aumentam o risco de infecções pela covid-19, mas não só isso. Quanto mais o vírus circula, mais mutações há e a possibilidade do surgimento de novas cepas mais potentes e resistentes ao sistema imunológico cresce.
Para o infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em Mato Grosso do Sul, Júlio Croda, o fato da alta circulação do vírus provocar mutações – que são comuns nos vírus em geral – deveria ser argumento suficiente para que medidas mais restritivas fossem adotadas por cidades, estados e países.
Ele afirma que nem todas as variantes que surgem são mais fortes, mas no caso específico da brasileira, a P1, estudos indicam maior transmissibilidade, maior carga viral e maior possibilidade de reinfecções.
Para o especialista, o olhar para adotar ações para conter a circulação de pessoas não deve se basear apenas na alta ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas também na alta chance de ocorrerem mutações, “porque é mais transmissível”, disse.
Croda afirma ainda que com a nova cepa circulando e aumentando as chances de novas surgirem, “a chance de colapsar mais rápido é real”, enfatizando que ainda que o fechamento geral – lockdown – não seja aplicado em sua totalidade, “mais medidas restritivas devem ser aplicada, com certeza”.
Tanto o Governo de Mato Grosso do Sul quanto prefeituras tem analisado a adoção de medidas mais eficazes para conter a disseminação da covid-19 ou ao menos, retardá-la. Na segunda-feira (08) a SES (Secretaria de Estado de Saúde) fará uma reunião com todos os 79 prefeitos, às 9h. Será mais uma tentativa de convencer os gestores a adotarem medidas mais severas contra o coronavírus.