Saúde
Índice de famílias que negam doação de órgãos é de quase 50%
Os dados são do último levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, de janeiro a junho deste ano.
G1
15 de Setembro de 2022 - 16:25
O índice de famílias que negam a doação de órgãos de parentes com morte cerebral é de quase 50%, no Brasil, o que impede o crescimento do número de transplantes. O Jornal Hoje mostrou que por isso os médicos falam da importância de se tratar desse assunto com a família.
Segundo o último levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, de janeiro a junho deste ano, 74% das famílias em Mato Grosso do Sul se recusaram a doar órgãos dos parentes. O estado é o quarto com maior taxa no Brasil, atrás de Roraima, Acre e Pará. A média nacional de famílias que negaram a doação, nesse mesmo período, ficou em 44%.
“No Brasil, a lei de doação de órgãos é uma lei de consentimento familiar, então a família tem que assinar o termo de doação mediante duas testemunhas. E se você não deixar claro, ou se você nunca conversou com a família se você é um doador ou não, realmente fica difícil naquele momento a família decidir”, explica Claire Miozzo, coordenadora central estadual de transplantes.
Na Santa Casa de Campo Grande, maior hospital do estado, no primeiro semestre, 41 pessoas tiveram morte encefálica, situação que permite a doação de órgãos, mas apenas 9 famílias autorizaram os procedimentos. Este ano foram feitos 4 transplantes de rim no hospital, número bem longe da média de anos anteriores. Um dos principais motivos é a queda das doações.
“Nossa média é mais ou menos de 20 a 25 transplantes por ano, a gente já deveria ter feito pelo menos 10 transplantes, pelo menos 10 transplantes, nós estamos no quarto ainda esse ano. Então é muito importante essa conversa sobre isso, para que as pessoas entendam, cada vez mais possam ajudar o próximo”, diz Rafaella Campanholo, coordenadora da nefrologia – transplante renal.