Saúde
Mais de 500 cidades correm risco de surto de dengue nesse verão
A situação é mais grave no Centro-Oeste, como mostrou o 'Bom Dia Brasil' desta terça (15).
G1
15 de Janeiro de 2019 - 08:45
O verão com temperaturas acima da média e pancadas de chuva trouxe um alerta contra o mosquito da dengue: mais de 500 cidades correm risco de surto da doença, segundo dados do Ministério da Saúde. A situação é mais grave na região Centro-Oeste, como mostrou o 'Bom Dia Brasil' desta terça (15).
Agentes de saúde em Brasília estão observando um descuido na prevenção — em seguir aquelas regras básicas que todo mundo conhece — de não deixar água parada nos pratinhos de plantas, não deixar lixo acumulado. Chove, a água fica empoçada: lugar perfeito para focos de mosquito.
A fase mais aguda da doença que Jeniffer teve já passou — mas as pintinhas e a coceira pelo corpo ainda incomodam. "Eles falam que é a última etapa, que é pintar o corpo todinho. E coça bastante também", diz.
Leoni teve dengue hemorrágica. "Tem muito lixo, fica muito lixo. E tem muita gente que não cuida dos quintais. Tem que prestar mais atenção nessas coisas, porque o negócio é sério, eu fiquei ruim. Eu pensei que eu fosse morrer", conta.
Jeniffer e Leoni fazem parte dos mais de 29 mil casos de dengue notificados pela Secretaria de Saúde de Goiânia no ano passado. Em Goiás, o aumento do número de casos de dengue foi de quase 32%. Foram 63 mil casos confirmados com 64 mortes no ano passado — contra 43 mil casos e 53 mortes em 2017.
De acordo com o Ministério da Saúde, a região Centro-Oeste apresentou o maior número de casos suspeitos no ano passado: foram 93 mil. Em seguida, vêm as regiões Sudeste, com 68 mil casos, Nordeste, com 66 mil, Norte, com 16 mil, e Sul, com 2.900 casos.
Em Bauru, interior de São Paulo, em todo o ano passado, foram registrados 132 casos de dengue. Neste ano, já são 62 casos da doença. A prefeitura até preparou uma estrutura extra, com salas de hidratação, só para as vítimas de dengue.
No Pará, a maior preocupação é com a chikungunya. Em Belém, o número de vítimas em 2018 mais que triplicou em comparação com 2017. Três das quatro pessoas que moram na casa de dona Larissa pegaram a doença. "Muitas dores nas juntas, nos ombros, nos joelhos e nos pés. Até hoje ainda sinto nos pés", diz.
Brasília está entre as 504 cidades do país com risco de dengue, chikungunya e zika. Agentes de saúde estão encontrando mais focos do mosquito nas casas.
O lago Norte, uma das áreas mais caras de Brasília, está entre os locais onde mais foi encontrado o mosquito da dengue. Enquanto o índice de infestação predial no Distrito Federal ficou em 1,48% das casas visitadas, aqui o percentual chegou a 8,74% — o que já é considerado estado de risco quando se fala de infestação do mosquito. Para intensificar o combate ao mosquito, a secretaria de saúde vai contar com 350 agentes de vigilância ambiental e 400 bombeiros.
O Ministério da Saúde informou que as ações de combate ao Aedes aegypti são realizadas durante todo o ano com estados e municípios, e que dá apoio técnico e insumos — como larvicidas — para combate ao mosquito, além de veículos para realizar os fumacês e ainda teste para diagnóstico. Em dezembro, foram distribuídas mil caminhonetes para reforçar os serviços de vigilância.
Esse calorão e a água parada atraem os mosquitos, mas o calor também chama resfriado — ainda mais com ar condicionado.