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Saúde

Mudança sem aviso prévio em sistema derruba número de mortes por covid em MS

Campo Grande News

24 de Março de 2021 - 14:37

Mudança sem aviso prévio em sistema derruba número de mortes por covid em MS
Enterro de vítima de covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Mudança sem aviso prévio na plataforma Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe), do Ministério da Saúde, onde são lançados dados de casos e mortes por covid-19, impediu o registro correto das ocorrências e derrubou o número de mortes decorrentes da doença no Brasil e também em Mato Grosso do Sul.

O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, em transmissão ao vivo esta manhã, ao anunciar os 20 óbitos verificados de ontem para hoje, comentou que “oscilação” no sistema do ministério provocou redução na quantidade de mortes registradas, ou seja, houve mais, no entanto, a contabilização pelo sistema ficou prejudicada.

Para se ter uma ideia, a média móvel de mortes por covid-19 em MS tem sido de 32,57 casos segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), conforme dados de ontem, quando novos 41 óbitos foram registrados. Na live de hoje, foram contabilizados 20, mas na realidade há mais que não puderam ser alocados no sistema.

“Vamos apontar hoje 20 óbitos, o que não é realidade. Nós estamos tendo muito mais óbitos que esses anunciados hoje. Mas é porque o sistema chamado Sivep, está com oscilação, está dificultando a inserção de dados, e certamente amanhã nós vamos ter um número elástico de óbitos já que a nossa média móvel já ultrapassou a 30 óbitos por dia”, destacou o secretário na live.

No entanto, conforme sites nacionais, o que ocorreu foi a implantação de mudanças que pedem mais dados dos pacientes para que os registros de casos e óbitos sejam feitos. Ou seja, o Sivep-Gripe passou a pedir o CPF, número do cartão SUS, nacionalidade e se tomou ou não vacina contra a Covid.

Sem esses dados nas mãos, os responsáveis pela alimentação dos dados nos estados e cidades não puderam preencher tudo adequadamente, o que pode atrasar a contabilização real de ocorrências.

O Ministério da Saúde, cujo quarto ministro em três anos tomou posse ontem – Marcelo Queiroga – não se pronunciou sobre as alterações até o momento. Segundo informações também nacionais, os estados e cidades não foram informados de antemão sobre as mudanças, o que evitaria o atraso na realidade dos dados.