Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Domingo, 24 de Novembro de 2024

Saúde

'Não há motivo para pânico', diz secretário sobre novo coronavírus

Pessoas têm procurado unidades de saúde relatando sintomas, casos foram descartados.

Correio do Estado

27 de Fevereiro de 2020 - 15:41

Desde que o primeiro caso de coronavírus em solo brasileiro foi confirmado, na madrugada de quarta-feira, as notificações de casos suspeitos aumetaram em vários lugares do país. Em Campo Grande não foi diferente. Somente na quarta-feira, foram três casos. Na manhã desta quinta-feira, outros dois. Em meio a preocupação da população, o secretário de Saúde da Capital do Estado, José Mauro de Castro Filho, procura tranquilizar a população: “Não há motivo para pânico”, afirma. 

Ele explicou ao site que o plano de contingência para atender as suspeitas da doença tem sido revisto constantemente e que várias providências estão sendo tomadas.

Segundo o secretário, que também é médico, é mais fácil pegar gripe (cujo vírus circula há muito mais tempo no Brasil) do que coronavírus, lembrando que as duas doenças têm sintomas semelhantes.

Na quarta-feira, pessoas procuraram unidades públicas de saúde dos bairros Vila Almeida e Ana Maria do Couto, e também o Hospital Proncor. Na manhã desta quinta-feira, mais gente com sintomas foi ao Hospital Unimed e também à Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Leblon.

As autoridades de saúde de Campo Grande descartaram o caso do Hospital Unimed. “Toda a rede está sendo orientada. Se não há um motivo para o paciente ser isolado, o paciente é liberado”, explicou Castro Filho.

O secretário lembra que os protolocos do coronavírus são muito específicos para se enquadrar um caso como suspeito. O fato de o paciente ter estado nos últimos dias em países onde o vírus circula (como alguns da Europa e Ásia) ou ter tido contato permanente com estas pessoas são determinantes.

Em Mato Grosso do Sul, por enquanto, somente o caso de um rapaz de 24 anos de idade, que esteve nos últimos 14 dias na China, Tailândia e na Alemanha, é tratado como suspeito. Ele está isolado no Hospital Regional da cidade de fronteira. O paciente está bem e até mesmo duvida que esteja mesmo com coronavírus, mas ainda segue sem contato com outras pessoas.

PÂNICO

Castro Filho considera normal que, diante do bombardeio de notícias sobre a doença mundo afora, as pessoas fiquem com medo e procurem as unidades de saúde quando apresentam sintomas de gripe comum, até mesmo sem contato com pacientes ou turistas que estiveram em áreas de risco.

“Eu entendo essa preocupação e acho justa, mas temos que entender que são realidades diferentes. Além de existirem evidências de que o vírus é menos agressivo em países tropicais, como o Brasil, os casos letais em sua maioria envolvem pacientes com mais de 60 anos com outras doenças associadas”, disse.

A principal preocupação das autoridades de saúde pública é a velha e conhecida dengue, que este ano já matou três pessoas, somente em Campo Grande.