Saúde
No Brasil, casos de depressão estão acima da média e mulheres são mais afetadas
De acordo com a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, divulgada neste mês de abril, existem mais brasileiros com depressão do que com diabetes
MaireClaire
25 de Abril de 2022 - 16:02
Em 2021, o Brasil era o país líder em casos de depressão e ansiedade durante a quarentena, causada pela pandemia do coronavírus. O estudo, realizado pela Universidade de São Paulo (USP) na época, ainda revelava que o isolamento social foi um dos fatores principais para esse cenário.
E, de acordo com a Pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde, divulgada neste mês de abril, essa realidade não mudou. Em média 11,3% dos brasileiros relatam um diagnóstico médico de depressão, um número bem acima da média apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que seria de 5,3%.
O objetivo da pesquisa Vigitel é conhecer a situação de saúde da população para que estratégias sejam tomadas. Essa é a primeira vez que o estudo traz casos de depressão. Ainda de acordo com o levantamento, existem mais brasileiros com depressão do que com diabetes. Os números também variaram conforme os locais analisados. Em Belém o número apontando foi 7,2%, enquanto Porto Alegre chegou a mais de 17%, se tornando a capital com mais casos. Já São Paulo possui 9,7% de casos.
A doença afeta também mais mulheres, com 14% dos casos, do que homens, com 7%. No sexo masculino, as maiores frequências foram observadas em Porto Alegre (15,7%), Florianópolis (12,9%) e no Rio de Janeiro (11,7%), e as menores em Salvador (4,2%), Rio Branco (4,3%) e Palmas (4,4%). Entre mulheres, o diagnóstico de depressão foi mais frequente em Belo Horizonte (23,0%), Campo Grande (21,3%) e Curitiba (20,9%), e menos frequente em Belém (8,0%), São Luís (9,6%) e Macapá (10,9%).
Entre os homens, a frequência dessa condição tendeu a crescer com o aumento da escolaridade. A pesquisa revela que "em ambos os sexos não foi observada relação entre o indicador e a faixa etária". De acordo com os pesquisadores, o número de diagnósticos da doença está diretamente relacionado com a pandemia. Em 2020, os casos de depressão já haviam passado de 4,2% para 8% logo nos primeiros meses.
O estudo também revelou outros fatores preocupantes. No último ano, cresceu o consumo exagerado de álcool, e a redução da prática de atividades físicas. Em grande parte dos estados, as mais afetadas foram as mulheres.