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Sidrolândia

Câmara trava votação desde agosto e deixa 100 crianças especiais sem cesta

O dinheiro é "carimbado" para todos os municípios brasileiros socorreram famílias em situação de vulnerabilidade social.

Flávio Paes/Região News

15 de Dezembro de 2020 - 14:46

Câmara trava votação desde agosto e deixa 100 crianças especiais sem cesta
Carlos Henrique Olindo, presidente da Câmara Municipal. Foto: Marco Tomé/Região News

O presidente da Câmara de Sidrolândia, Carlos Henrique e o vereador Geosafa da Silva, presidente da Comissão de Legalidade e Cidadania (CLC), travam há 4 meses a votação do projeto de suplementação orçamentária no valor de R$ 283.100,0 e impede a Secretaria de Assistência Social de usar os recursos liberados em julho pelo Governo Federal. O dinheiro é "carimbado" para todos os municípios brasileiros socorreram famílias em situação de vulnerabilidade social durante este período de pandemia quando muitas atividades econômicas (sobretudo as informais) ficaram interruptas.

Câmara trava votação desde agosto e deixa 100 crianças especiais sem cesta

Os mais prejudicados com a obstrução comandada pelos dois parlamentares são 100 famílias que tem filhos com necessidades especiais atendidos pela APAE. Com parte do recurso, R$ 117.300,00, a Secretaria de Assistência Social planeja abrir licitação para comprar cestas e entregar à APAE que se incumbiria de fazer a distribuição por pelo menos 3 meses. Por orientação do Ministério da Cidadania, as cestas, além de alimentos básicos, obrigatoriamente terão de vir com carne, verduras, legumes e frutas. Um padrão diferente (e mais caro ) das cestas normalmente distribuídas para famílias carentes, por causa do alto custo de itens como a carne.

Câmara trava votação desde agosto e deixa 100 crianças especiais sem cesta
Jean Nazareth, vereador. Foto: Divulgação.

Na avaliação do vereador Jean Nazareth, relator da CLC, o presidente da Câmara, ao promover a obstrução, partiu de um pressuposto equivocado: que ele, Jean, poderia colher dividendos eleitorais da distribuição das cestas básicas porque partiu da suposição de que seria feita sob coordenação do secretário Paulo Atílio, cunhado de Jean. O vereador Fá cobrou em ofício encaminhado em 29 setembro ao prefeito Marcelo Ascoli que respondeu: a distribuição seria feita pela APAE.

Alguns dias antes, em 18  de setembro, a vice-presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Marilucia  Molina, pediu em oficina, audiência com Carlos Henrique para tentar convencê-lo a colocar na pauta de votação o projeto de crédito adicional para abrigar a receita extra não contemplada no orçamento de 2020 elaborado há quase um ano. A solicitação foi ignorada .

O dinheiro que veio por causa da pandemia para Assistência Social, além da compra de cestas básicas para famílias das crianças especiais atendidas pela APAE, garantiria a compra de EPIs ( Equipamentos de Proteção Individual) para os funcionários que fazem o atendimento de campo e nas unidades, aquisição de um veículo para os atendimentos na zona rural e celulares para montar grupos de whatsapp que seriam ferramentas de comunicação com as famílias assistidas, que durante algum tempo não poderem vir aos CRAS para evitar aglomerações. O presidente da APAE, Felipe Feitosa, diz não ter conhecimento sobre o projeto.