Sidrolândia
Déficit de 200 funcionários força redução de 15% do abate e JBS tenta atrair pessoal da zona rural
Hoje haveria uma defasagem de 200 funcionários que o setor de recursos humanos da empresa espera resolver, ampliando a mão de obra.
Redação/ Região News
04 de Junho de 2023 - 18:11
A unidade de Sidrolândia da JBS, que com 2.200 funcionários é a maior empregadora privada da cidade, enfrenta dificuldades para manter diariamente a capacidade plena de produção por falta de mão de obra. Na semana passada, segundo Sérgio Bolzan, vice-presidente do Sindaves, sindicato que representa os trabalhadores, a indústria estava abatendo 182 mil frangos por dia,15% abaixo dos 232 mil que atingiu quando a força de trabalho da unidade estava completa.
Hoje haveria uma defasagem de 200 funcionários que o setor de recursos humanos da empresa espera resolver, ampliando a mão de obra recrutada nos assentamentos. Atualmente dois ônibus vão diariamente ao Eldorado buscar e levar trabalhadores que moram na zona rural. A JBS pediu apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente na tarefa de atrair a mão de obra disponível no campo para trabalhar na empresa que oferece salário de R$ 1.478,00, mais plano de saúde e uma cesta básica.
Nos últimos dois meses das 185 vagas oferecidas via Casa do Trabalhador, 146 foram preenchidas, o problema de acordo com Bolsan é que 50% dos novos funcionários mal completam 90 dias e pedem demissão porque não se adaptam ao ritmo de serviço. Os números do CAGED do setor industrial, referentes aos primeiros 4 meses do ano, são fortemente impactados por esta rotatividade: foram 635 contrações e 579 dispensas.
Além do salário que não seria muito atrativo, Sérgio Bolzan atribui o desinteresse pelo trabalho ao ritmo de serviço imposto pela JBS que exporia o funcionário a uma série de doenças decorrente do esforço repetitivo que após a médio e longo prazo são incapacitantes.
"Em média, o trabalhador desossa 6 coxas por minuto, quando em outras unidades, a média é de 3,8", explica. Na semana passada, quando o Ministério Público do Trabalho fiscalizou a linha de produção, numa das esteiras constatou uma defasagem de 11 trabalhadores: 41 funcionários estavam fazendo o serviço que exigiria 52.