Sidrolândia
Pequenos produtores poderão financiar tratores da BTG Case com juros de 4,5% ao ano
Os produtores rurais têm acesso a juros de 4.5% ao ano, prazos de pagamento diferenciados, carência e financiamentos individuais ou coletivos.
Marcos Tomé/Região News
31 de Agosto de 2021 - 13:47
Com o avanço das emissões de títulos de propriedade dos seus lotes, produtores de pequenas propriedades do município de Sidrolândia, oriundos da reforma agrária, enfim, começam a sair do anonimato nas linhas de créditos para se tornarem donos de suas terras e consequentemente, acessarem financiamentos para compra de máquinas, insumos e implementos agrícolas.
A concessionária da Case Agriculture (BTG), detentora de um market share invejável na cidade que se mantém na 2ª posição no ranking estadual de produção agrícola, está de olho neste mercado que deve aquecer as vendas de máquinas de pequeno porte para atender produtores com o perfil dos assentados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
De acordo com o superintendente da autarquia, Augusto Pinedo Zoos, a documentação de 270 assentados do Alambari estão sendo encaminhadas para emissão em Brasília dos títulos de propriedade dos seus lotes. Outros 535 títulos serão entregues em setembro a agricultores familiares do Assentamento Eldorado. Os documentos (DAP, CCU e os títulos), serão entregues diretamente nos lotes.
Os produtores vão receber R$ 4,5 milhões em créditos, financiamentos do Pronaf e do Fomento Mulher. Este é o resultado parcial das demandas aprovadas que foram apresentadas pelos assentados nas edições do “Mutirão da Cidadania” realizadas nos últimos dias 12 e 13 no Assentamento Alambari CUT.
A BTG Case Agriculture foi a única concessionária de máquinas agrícolas que participou do evento. Segundo Eurico Paré, Consultor Estratégico de Negócios no Mato Grosso do Sul, a BTG é uma grande parceira dos assentados na conquista por máquinas e implementos que dão melhores condições a produção.
“Há anos a gente vem acompanhando a luta diária de quem está no campo. Infelizmente, nossos assentados perderam um tempo enorme na espera da tão sonhada DAP, que na prática, dá ao produtor a autonomia de tomar as decisões de como e quando lidar com a terra”, revela.
Em sua avaliação, agora com a posse definitiva dos lotes, os produtores poderão acessar linhas de créditos exclusivas com taxas de juros abaixo do praticado no mercado.
“Este trator, por exemplo, da série Farmall com 80 cavalos de potência, vem equipado com alta tecnologia, conforto e robustez para atender produtores com este perfil”, explica.
O equipamento poderá ser financiado pelo Programa Mais Alimentos, uma linha de crédito do Governo Federal voltada exclusivamente para a agricultura familiar. Os produtores rurais têm acesso a juros de 4.5% ao ano, prazos de pagamento diferenciados, carência e financiamentos individuais ou coletivos.
Superação
O pequeno produtor, Gilmar de Oliveira, de 50 anos, é um bom exemplo de como a vida na roça pode se tornar um negócio lucrativo quando se tem condições de acessar as linhas de créditos para tornar a parcela produtiva. Embora seja assentado desde 1997, quando foi contemplado por meio de sorteio com um dos lotes no Assentamento Capão Bonito II, só a partir de 2014, começou a melhorar suas condições econômicas impulsionadas pelo acesso as linhas de crédito do Mais Alimento.
Gilmar conta que foram 17 longos anos aguardando pela tão sonhada DAP, fator determinante para se tornar um pequeno produtor que movimenta atualmente mais de R$ 600 mil por ano na produção agrícola. Foi em 2014 que teve contato com a concessionária BTG Case, onde adquiriu o 1º trator para iniciar as atividades na agricultura.
“Esse trator faz parte da minha história. Antes de adquiri-lo, eu trabalhava com bacia leiteira em nossa propriedade e ajudava meu pai no lote dele nas horas vagas. Foram dias difíceis”, lembra o pequeno produtor que trocou o Capão Bonito II pelo Alambari Faf em 2009 para recomeçar a vida ao lado da esposa, Anazira Tavares.
Em parceira com outros assentados, Gilmar planta lavoura em 90 hectares. O resultado tem sido satisfatório economicamente. Na colheita da soja, o produtor conseguiu colher média de 46 sacos por hectares, grão que foi comercializado entre R$ 148,00 e R$ 152,00 por saco.
“Em algumas áreas chegamos à colher até 64 sacos, mas como tínhamos áreas de abertura, a média geral caiu”, comenta. O parque de máquinas também mudou. Ele conta que com a renda já adquiriu plantadeira, colheitadeira, calcalhadeira, grade aradora, niveladora, subsolador, entre outras máquinas e implementos.
“Hoje, com a estrutura que temos de máquinas, penso em arrendar uma área de pelo menos uns 150 hectares para ampliar o plantio”, argumenta. Durante entrevista ao RN, Gilmar diz orgulhoso que só faltam duas parcelas do trator que deu início a escalada na produção agrícola. “A parcela deste ano já pagamos. Foram R$ 14.314,00. Agora só restam mais duas”, finaliza.
Relacionadas
-
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Incra confirma liberação de R$ 5,5 milhões em crédito para assentados
-
MUTIRÃO DA CIDADANIA
Prefeita anuncia que Mutirão da Cidadania será levado a outros assentamentos
-
MUTIRÃO DA CIDADANIA
Mutirão atrai 1.000 pessoas e Incra anuncia emissão de mais 270 títulos