Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão na operação “Miriade”

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira em Sidrolândia, como parte da operação "Miríade", que investiga funcionários do Detran envolvidos em fraude por inserção de dados falsos no sistema do Detran de Mato Grosso do Sul. Os policiais estiveram em repartições da Secretaria de Saúde em busca de um chefe de divisão chamado G.G.B, 49 anos, que tem um mandado de prisão preventiva, mas ele não foi encontrado. G.G.B foi gerente de uma agência do Departamento Estadual de Trânsito na capital, mas continuava envolvido na prática de fraude em colaboração com servidores da agência de Rio Negro do mesmo órgão estadual.

A investigação teve início após a descoberta de que o gerente do Detran na cidade de Rio Negro tinha vários processos administrativos em seu desfavor, com movimentações no sistema sem respaldo legal, além de veículos com supostas alterações fraudulentas de características. Também se constatou que os procedimentos suspeitos nem mesmo existiam, sendo alegados falsos extravios.

A Delegacia de Polícia de Rio Negro, com o apoio da Corregedoria de Trânsito do Detran, verificou que as fraudes realmente ocorriam desde 2021, principalmente aquelas relacionadas à inclusão fraudulenta do chamado 4º eixo nas especificações dos veículos. Por meio da monitoração dos investigados, foram obtidas conversas telefônicas em que o esquema criminoso era amplamente discutido, inclusive com planos para remover ilegalmente outros servidores e delegados que estavam conduzindo as investigações.

Dessa forma, foi identificado um ex-funcionário do Detran que, mesmo após ser exonerado, ainda desempenhava um papel importante no grupo, recrutando e aliciando outros funcionários para participarem das atividades criminosas.

Além disso, foi revelado o modus operandi do grupo, que se aproveitava das falhas no sistema para realizar as fraudes, as quais foram desvendadas por meio desta operação, resultando na identificação de várias pessoas, incluindo funcionários e despachantes. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em residências e repartições públicas nas cidades de Rio Negro, Campo Grande, Sidrolândia e Miranda, visando os investigados.

A decisão judicial também determinou a prisão preventiva do ex-funcionário G.G.B (49) e o uso de monitoramento eletrônico (tornozeleira) para o responsável pela agência do Detran em Rio Negro e o vistoriador da agência do Detran em Miranda, pelo prazo inicial de 120 (cento e vinte) dias, além do afastamento e suspensão do exercício da função pública. Durante a investigação, pelo menos oito pessoas foram implicadas no envolvimento com as operações fraudulentas realizadas pela agência de Rio Negro, cujos fatos estão sendo apurados na respectiva Delegacia.

A ação contou com a participação de policiais civis das Delegacias de Rio Negro, Sidrolândia, Miranda, bem como da Corregedoria de Trânsito (COTRA) e da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Relacionados à Atividade Executiva de Trânsito (DELETRAN).

A operação recebeu o nome de "Miríade", termo que significa dez mil ou um número grande e indeterminado, justamente devido ao grande número de operações fraudulentas identificadas ao longo da investigação.