SIDROLÂNDIA- MS
Coleta de 15 toneladas de recicláveis garante renda de R$ 1,8 mil para 10 trabalhadores
O grupo é composto por 8 mulheres que realizam a separação do material e 2 homens que fazem a prensagem dos 750 quilos de material coletado.
Redação/Região News
08 de Novembro de 2024 - 07:48
Embora apenas 13% do lixo reciclável produzido na cidade esteja sendo separado e recolhido, a coleta seletiva em Sidrolândia, que passou a ser feita diariamente há apenas um ano, já gera emprego e renda para 10 trabalhadores. Eles ganham, em média, R$ 1,8 mil por mês, o que representa uma remuneração maior do que receberiam, por exemplo, se trabalhassem na maior indústria frigorífica da cidade. Antes de iniciar o expediente, os trabalhadores recebem um café da manhã reforçado para encarar a jornada pesada de trabalho.
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O grupo é composto por 8 mulheres que realizam a separação do material e 2 homens que fazem a prensagem dos 750 quilos de material coletado diariamente na cidade. São 15 toneladas ao longo de um mês .
Segundo Elisângela Trindade, coletora e secretária da Associação dos Catadores, antes de trabalharem em regime cooperativo, eles eram reféns dos atravessadores e não conseguiam mais do que R$ 450,00 por mês. Elisângela, que entrou para a reciclagem há dois anos após trabalhar como diarista e babá, destacou a melhoria na renda proporcionada pela associação.
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O plano municipal de coleta seletiva, elaborado em 2023, projeta que 30% do lixo doméstico produzido diariamente pela população — cerca de 5.778 kg — é reciclável, o que poderia ainda gerar mais empregos e renda, além de reduzir o custo para o contribuinte na coleta e destinação final dos resíduos sólidos, e aumentar o repasse do ICMS Ecológico.
No primeiro semestre de 2024, a Associação dos Catadores de Sidrolândia teve um faturamento bruto de R$ 56 mil. A Prefeitura realiza a coleta e paga o aluguel e a energia elétrica do barracão onde o material reciclável é separado. Todo o material, exceto vidro, é dividido em fardos e transportado para Campo Grande, onde é vendido para empresas compradoras. São comercializadas cerca de 3 toneladas por semana.
A receita oscila bastante em função da oferta e demanda, que é influenciada pela sazonalidade do consumo. Com a aproximação do final de ano, por exemplo, quando aumenta o consumo de cerveja e refrigerantes, o preço das latinhas e garrafas PET cai drasticamente. O valor das garrafas, que chegou a R$ 4,80 o quilo, caiu para R$ 2,80, e o das latinhas reduziu de R$ 7,50 para R$ 5,50.
A coleta seletiva ainda enfrenta dificuldades devido à falta de conscientização ambiental da população e dos empresários. "Muita gente coloca no lixo da coleta seletiva restos de comida e até fraldas sujas", relata Elisângela. O ecoponto instalado nas aldeias também não teve o resultado esperado. Em determinado dia, foram encontrados fezes e outros resíduos contaminantes no lixo reciclável, o que resultou no descarte de 75 kg de material reciclado.
Além disso, os catadores não têm acesso aos grandes geradores de lixo reciclável da cidade, como os supermercados, que preferem vender para atravessadores que pagam cerca de R$ 0,10 por quilo de papel de caixas e embalagens.
O secretário de Governo, Edno Ribas, que quando era secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, iniciou a coleta diária, defende um processo contínuo de educação ambiental, com foco principalmente em ações nas escolas públicas. Com essa perspectiva de incentivar a cultura da coleta seletiva, a prefeita Vanda Camilo sancionou dois projetos da vereadora Juscinei Claro, aprovados pela Câmara. Com a Lei Municipal 2.221, de 29 de outubro, foi instituído o Dia da Coleta Seletiva de Lixo Eletrônico e Tecnológico, com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente do descarte inadequado desse tipo de lixo. A Lei 2.220, que institui o Dia Municipal da Reciclagem em 17 de maio, também promove atividades nas escolas e divulgação nos bairros para incentivar a adesão à coleta seletiva.