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Sidrolandia

Acusada de mandar matar marido em 1997 se entrega à polícia

Renomada nutricionista na Paraíba se apresenta para cumprir 15 anos de prisão

12 de Agosto de 2010 - 09:44

Em 1997, o empresário Cláudio Luiz Perozzo, 34 anos, foi assassinato e a polícia descobriu que a principal suspeita do crime era a viúva dele, 11 anos mais nova. Esgotadas todas as instâncias jurídicas, Carmen Bastos Perozzo, enfim, vai cumprir a pena atrás das grades. Aos 35 anos, a hoje renomada nutricionista de Campina Grande, na Paraíba, se apresentou na noite de terça-feira ao juiz do 1º Tribunal do Júri, Fábio Uchôa, para cumprir a sentença de 15 anos de prisão à qual foi condenada, como mandante do crime.

Do Fórum, ela foi levada para a 5ª DP (Gomes Freire), onde foi cumprido o mandado de prisão expedido na semana passada, após o Supremo Tribunal Federal (STF) manter a decisão da Justiça do Rio de Janeiro.

Carmen se entregou e, com isso, evitou um escândalo na cidade que vivia, onde agentes da Divisão de Capturas da Polinter estavam à sua procura desde o fim de semana. Lá, Perozzo jamais existiu. Carmen usava o sobrenome Spá, que ganhou quando casou com um renomado ortopedista.

Colunas sociais


A família vivia numa mansão de dois andares no bairro Mirante e montava um outro apartamento luxuoso, para onde se mudaria. Em Campina Grande, a doutora Carmen Spá não frequentava as páginas policiais dos jornais, e sim as colunas sociais. Ela cuidava da dieta de famosos da cidade e dava entrevistas sobre alimentação e dicas para emagrecer, a chamada ‘personal diet’.

Ontem, ela foi levada para Bangu 8, onde cumprirá pena, depois de passar a noite numa cela da delegacia. Grávida de cinco meses, ela chorou bastante, segundo policiais.

O advogado dela, o criminalista José Carlos Tórtima, preferiu não comentar o caso, dizendo apenas continuar acreditando na inocência da cliente. Na época do crime, Carmen alegou que a execução do marido poderia estar ligada a uma quadrilha de fraudadores de documentos de IPTU e ICMS. E garantiu que Cláudio sofria constantes ameaças de morte.

Seguro e imóveis, os motivos do crime


A descoberta do mandante do crime só foi possível após o pistoleiro Carlos Magalhães Antunes, o Carlinhos do Sítio, ser preso e confessar ter sido contratado por R$ 10 mil por Carmen e o suposto amante dela, o empresário José Vieira de Santana Júnior.

Investigadores afirmaram na época que um dos motivos do crime seria uma apólice de seguro de vida de Cláudio no valor de R$ 540 mil, que beneficiava Carmem. Além disso, ele teria deixado três apartamentos na Barra da Tijuca.

Cláudio foi encontrado morto dentro do carro, com seis tiros, perto do Autódromo de Jacarepaguá.