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Sidrolandia

Acusado de estupros foi aprovado por laudos psicossociais antes de deixar prisão

Redação de Noticia

13 de Abril de 2010 - 09:30

O pedreiro Admar de Jesus, 40, suspeito de estuprar e matar seis jovens em Luziânia (212 km de Goiânia), foi solto após ter passado, segundo a Justiça, por avaliações que garantiram que ele tinha condições de voltar à vida em sociedade.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o suspeito passou por todas as avaliações necessárias, incluindo a psicossocial.

Em nota, a Vara de Execuções Penais disse que tomou toda a "cautela necessária" e que, "infelizmente, não há como antever que certos condenados" irão cometer "atos graves".

Segundo o TJ, relatórios de maio de 2009 apontavam que o preso havia sido atendido por psicólogos duas vezes e se mostrou com "polidez e coerência de pensamento" e que não ficou constatada doença mental.

Detido desde 2005, ele foi condenado a 14 anos de prisão por abusar de dois adolescentes, mas conseguiu a progressão de pena em 23 de dezembro de 2009. Os primeiros crimes em GO ocorreram dias depois.

Antes de o Judiciário se pronunciar, a sua liberação gerou críticas de autoridades, entre elas a do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. "O Poder Judiciário tem o direito de fazer essa liberação. O que me surpreende é que ela ocorra sem análise psicossocial desse indivíduo", disse --a Folha não conseguiu falar com ele depois.

DNA

Os seis corpos dos jovens mortos em Luziânia, encontrados no último fim de semana, não puderam ser reconhecidos pelas famílias e serão identificados por exames de DNA.
O resultado deve sair nesta semana. Segundo a polícia, os corpos estavam em avançado processo de decomposição.

Ontem, o pedreiro foi ouvido em Goiânia por senadores da CPI da Pedofilia. Jesus foi apresentado a jornalistas pela Secretaria da Segurança Pública.

Ao falar sobre a prisão, ele pediu "perdão", se disse arrependido e deu explicações diferentes das divulgadas pela polícia. De maneira confusa, chegou a dizer que as mortes foram encomendadas e que iria receber R$ 5.000. Depois, disse que matou um jovem que ameaçou divulgar na internet vídeos em que ele aparecia com adolescentes. Também afirmou estar com medo de ser morto.

No último domingo, a polícia informou que o pedreiro havia declarado que oferecia dinheiro aos garotos para que o ajudassem no transporte de materiais de construção. Em uma área de fazenda, estuprava as vítimas e as matava a pauladas.

Uma das linhas de investigação ainda considera a possibilidade de envolvimento do pedreiro com redes de pedofilia. Também é apurado se há outros envolvidos nas mortes. O preso ainda não tem advogado.