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Sidrolandia

Além do câncer e o Mal de Parkinson, dona Margarida agora luta também contra a falta de remédios nos postos

Dona Margarida precisa tomar um coquetel diário de 8 comprimidos, meio comprimido em intervalos regulares de 30 minutos.

Flávio Paes/Região News

02 de Fevereiro de 2018 - 14:00

Chamar dona Margarida Lima Pereira de “guerreira”, não é reproduzir um clichê feminista tão em moda. Ela literalmente, há 20 anos, trava uma guerra diária em duas frentes pela saúde: contra o câncer de mama, que voltou a se manifestar há um ano, após um longo período em que aparentemente esteve controlado e o Mal Parkinson, uma doença degenerativa, com a qual convive há 19 anos.

Além de todas as sequelas decorrentes destas duas enfermidades terríveis dona Margarida e o filho Nilton Pereira, que se dedica quase em tempo integral a garantir que mãe tenha um mínimo de qualidade de vida mesmo com sua saúde frágil, estão enfrentando um problema a mais. Há 90 dias está em falta na farmácia da rede pública de Sidrolândia, um dos vários medicamentos que precisa tomar diariamente.

A Prefeitura não repõe desde novembro o estoques de Levodopa + Carbidopa (250 mg + 25 mg), indispensável para atenuar os efeitos do Mal Parkinson. Ela precisa tomar um coquetel diário de 8 comprimidos, meio comprimido em intervalos regulares de 30 minutos. Se não seguir esta prescrição, fica simplesmente entravada na cama, compromete seu psicológico, ela não consegue dormir.

Segundo o filho dela, Nilton Pereira, até 2016, na gestão do ex-prefeito Ari Basso, quando por alguma razão faltava o medicamento na rede pública, a Secretaria de Saúde fornecia uma requisição para compra numa farmácia da cidade. Esta alternativa agora não existe. Se o estoque da Secretaria não repõe, por alguma razão burocrática ou financeira, não resta outra solução a não ser a família ou próprio doente, colocar a mão no bolso.

Só com dois medicamentos, a despesa soma R$ 250,00, fora os demais remédios e a fralda geriátrica. Dona Margarida ganha um salário mínimo da aposentadoria e conta ajuda do filho que arca com todas as despesas, inclusive o salário da cuidadora que a acompanha. O auxílio da Comitiva dos Amigos, que ajuda nas viagens até Campo Grande, faz tratamento para o controle do câncer, tem sido fundamental.