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Sidrolandia

Apesar de promessa de queda, preço das passagens aéreas subiu

De julho a setembro, passagens ficaram 9,37% mais caras, segundo IBGE. Associação disse que haveria redução no preço com a cobrança de malas.

G1

15 de Outubro de 2017 - 19:01

As passagens aéreas ficaram mais caras mesmo depois que as companhias passaram a cobrar para despachar a bagagem. O preço assustou quem já está planejando as férias.

A empolgação da família para um casamento em Goiás só não é maior por causa delas: as seis malas que vão ser despachadas: “R$ 80 cada mala. R$ 480 só de mala”.

Em 2016, quando a cobrança das bagagens despachadas foi anunciada, a associação das empresas aéreas disse que haveria redução das tarifas.

“Em todos os países em que esse modelo foi implantado, os preços caíram”, afirmou Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, em dezembro de 2016.

Muitos voos depois... A mudança passou a valer no mês de junho. Mas, em vez de queda dos preços, o que se viu foi aumento no valor das passagens. É o que diz o IBGE, o instituto que calcula a inflação oficial do país.

De julho a setembro, as passagens ficaram, em média, 9,37% mais caras - um número bem acima da inflação.

“É injusto né”, diz uma passageira.

A Associação das Empresas Aéreas discorda. Divulgou um levantamento próprio feito em 21 rotas que indica redução de até 30% nos preços: “Mais de 60% dos passageiros estão viajando sem bagagem, pagando tarifas mais acessíveis. Talvez alguns passageiros que seguem viajando com bagagem também quisessem ver essa queda. Este processo vai demorar um pouco ainda pra se verificar de maneira definitiva”, afirma Eduardo Sanovicz.

A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça estranhou os números e os critérios usados pelas empresas nesse cálculo e abriu uma investigação.

“Não é a metodologia usada pela Agência Nacional de Aviação Civil. Além da multa que pode chegar a R$9,5 milhões, pode haver também sanção do que a gente chama de contrapropaganda”, explica Arthur Rollo, secretário Nacional do Consumidor.

Para o brasileiro que vai viajar nas férias, a preocupação com os preços continua.

“Talvez um setor que tivesse um pouco mais de informação, de transparência para o consumidor e muito mais competitivo, seria bem benéfico porque os preços conseguiriam realmente cair e cair de uma forma sustentável”, diz Juliana Inhasz, professora de economia do Insper.

A Agência Nacional de Aviação Civil disse que ainda é cedo pra fazer uma avaliação dos preços. Informou que calcula o preço médio com base em todas as passagens vendidas. E que vai divulgar o relatório das tarifas no começo do ano que vem.