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Sidrolandia

Artuzi planejava levantar R$ 10 milhões

Esse montante seria levantado por meio da negociação de uma dívida de R$ 200 milhões da Prefeitura de Dourados com o banco Pontual

Conjuntura Online

04 de Setembro de 2010 - 10:50

Artuzi planejava levantar R$ 10 milhões
Artuzi planejava levantar R$ 10 milh - Foto: Marcos Tom

Os relatórios da Polícia Federal falam de gravações que revelam que o prefeito Ari Artuzi (PDT) tinha a intenção de levantar R$ 10 milhões para sua próxima campanha eleitoral.

Esse montante seria levantado por meio da negociação de uma dívida de R$ 200 milhões da Prefeitura de Dourados com o banco Pontual, que está em fase de liquidação.

Essa é mais uma das gravações feitas pelo secretário de Governo, Eleandro Passaia, como parte da Operação Uragano, da Polícia Federal.

Em 21 de junho, em uma conversa gravada entre Passaia, o prefeito e o advogado dele, Áureo Garcia, dialogam sobre a dívida da prefeitura com o ex-Banco Pontual no valor de R$ 200 milhões e a possibilidade de fazer uma negociação com um escritório de advocacia de São Paulo a fim de baixá-la para R$ 30 milhões.

Desses, conseguiria a garantia da devolução de R$ 10 milhões, valor esse que seria guardado para a próxima campanha de Artuzi a prefeito de Dourados, em 2012.

Na conversa Áureo Garcia se oferece para intermediar a negociação. O advogado não consta entre os que tiveram mandado de prisão decretados, mas, conforme a investigação da PF se beneficiava do esquema de recebimento de propina em Dourados. Para os responsáveis pela investigação, os honorários dele eram pagos com dinheiro vindo das propinas.

Segundo o relatório da PF, Áureo Garcia, portanto, exerce papel que vai além de uma simples relação advogado-cliente. O mesmo tem pleno conhecimento e participa ativamente do esquema de desvio de recursos e pagamento de propina, funcionando como conselheiro e, inclusive, intermediando na entrega de propina aos vereadores.

A dívida com o Banco Pontual vem desde 1996, quando a Prefeitura fez um empréstimo para dar início a construção da sede do Centro Administrativo Municipal.

Á época, a dívida seria de R$ 2,5 milhões e hoje já alcançaria a cifra de R$ 200 milhões e é alvo de uma batalha judicial.