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Sidrolandia

Brasil e Chile se enfrentam hoje pelas oitavas de final da Copa

Na maior competição do futebol mundial, os sul-americanos se enfrentaram em duas ocasiões

Globo Esporte

28 de Junho de 2010 - 09:42

Getty Images
Tudo pronto para a partida entre Brasil e Chile pelas oitavas de final da Copa do Mundo de 2010. O jogo marcado para às 14h30 desta segunda-feira (28), no Estádio Ellis Park (Johanesburgo), será para escrever mais um interessante capítulo de uma história antiga, que já teve duas de suas passagens mais marcantes disputadas no palco da Copa do Mundo. A TV Morena transmitirá ao vivo.

Na maior competição do futebol mundial, os sul-americanos se enfrentaram em duas ocasiões - a primeira delas inesquecível para ambos. Em 1962, o Chile recebeu o torneio mesmo após um devastador terremoto meses antes do pontapé inicial. O trabalho árduo para que tudo ficasse pronto a tempo uniu a população e a equipe nacional e foi o combustível ideal para sua melhor campanha até hoje. E ela tinha tudo para ser ainda melhor não fosse o encontro na semifinal com o então detentor do título mundial, o Brasil, que vinha desfalcado de Pelé, mas tinha outras armas para brilhar.

No dia 13 de junho, em um Estádio Nacional de Santiago com mais de 76 mil pessoas, Garrincha fez dois gols, comandou a Seleção na vitória por 4 a 2 e fez jornais locais se perguntarem “de que planeta” ele teria saído. O resultado confirmou a passagem para a final contra a Tchecoslováquia e abriu o caminho para o bicampeonato.

A segunda página da história completou 12 anos neste domingo. Em 27 de junho de 1998, as duas equipes se enfrentaram no Estádio Parc des Princes, em Paris. Foi outra demonstração de força de mais uma Seleção Brasileira que na ocasião defendia o título de campeã mundial. Com dois gols de César Sampaio, dois de Ronaldo e grande atuação de Rivaldo, o Brasil venceu por 4 a 1 e garantiu passagem para as quartas de final.

Superioridade desde o início

As duas vitórias em Mundiais são os exemplos mais marcantes do amplo domínio brasileiro no confronto. Em 65 jogos desde 1916, foram nada menos que 46 vitórias e apenas sete derrotas, com 152 gols marcados e 55 sofridos. Nos últimos anos, a média se manteve: desde que Dunga assumiu o comando da Seleção, foram cinco triunfos, com 20 gols marcados e apenas três sofridos.

Entre os placares mais expressivos, um 6 a 1 pela Copa América de 2007, um 3 a 0 fora de casa pelas eliminatórias para a África do Sul 2010 e outro 4 a 2 pela mesma competição, desta vez em casa. Ao todo, a série invicta é de nove jogos, sendo que a última derrota veio em 16 de agosto de 2000 - por 3 a 0, em Santiago, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002.

Durante toda essa etapa mais recente de retrospecto positivo, um jogador em particular se destacou. Com seis gols em quatro dessas partidas de invencibilidade, Robinho já é um dos maiores carrascos dos chilenos. “Sempre tive a felicidade de fazer gols contra eles. Espero agora que esta história possa ser novamente favorável para a Seleção”, disse o atacante em entrevista coletiva antes do jogo. Acostumado com os duelos, o jogador do Santos tem a receita na ponta da língua para tentar manter a escrita. “Nosso time precisa jogar rápido. Quanto mais velocidade a gente conseguir impor, mais difícil ficará para os marcadores.”

Motivos para sonhar

Se os números históricos claramente jogam a favor do adversário, para sonhar com o fim da série negativa o Chile prefere se ater à evolução mostrada nos últimos anos - quando alcançou a vice-liderança das eliminatórias sul-americanas para esta Copa - e, principalmente, às boas atuações na África do Sul.

Até agora, os “baixinhos” de Marcelo "El Loco" Bielsa conseguiram duas vitórias contra Honduras e Suíça e uma atuação de igual para igual na derrota para a Espanha. Por isso mesmo, reina no elenco um misto de respeito à força brasileira e sensação de que a vitória não está longe do alcance.

"O Brasil é uma equipe temível, e a atual formação tem todos os atributos criativos do futebol do país, porém com mais agressividade e contundência. Mas faremos o possível e o impossível para avançar às quartas de final", diz o técnico, cujas palavras de cautela com confiança encontram eco no elenco.

Em entrevista à FIFA, o volante Rodrigo Tello também não mede os elogios para falar da Seleção. “O Brasil é uma das melhores equipes do mundo. É o tipo de time que costuma aproveitar cada chance que você dá. Por isso teremos de estar bem concentrados do início ao fim", prevê o jogador do Besiktas. "Mas tenho total convicção que, se jogarmos em nosso melhor nível, podemos vencer."

O melhor nível. De fato, o retrospecto mostra que, para os chilenos, estar apenas num bom momento não é o suficiente para passar pelo Brasil: o rendimento precisa ser excepcional. Numa Copa do Mundo, isso ainda não aconteceu. Terá chegado a hora de quebrar essa escrita e reescrever a história?