Campo Grande usa concreto ecológico em obras públicas

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) está utilizando pneus velhos, que poderia servir de criadouro para a proliferação dos mosquitos da dengue da leishmaniose, para produzir concreto ecológico.

Os primeiros dois metros cúbicos do material foram utilizados na terça-feira (11), para dar sustentação a raiz de uma figueira de quase um século, na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua Padre João Crippa.

“É um projeto inédito no país que põe fim a um grande problema ambiental”, destacou o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, ao lançar o projeto Concreto Ecológico.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Marcos Cristaldo, Campo Grande é a primeira capital do país a utilizar concreto ecológico em obras públicas. “Existem dois benefícios imediatos: o primeiro é que deixamos de retirar a brita da natureza e ainda damos uma destinação adequada aos pneus”, explicou.

A cada metro cúbico de concreto são utilizados 35 quilos de pneus, ou seja, em torno de seis pneus. A lei diz ainda que no ano de 2010 a Prefeitura deve utilizar o novo concreto em 5% das obras, em 2011 até 7% e no ano de 2014 até 10%.

Programação

Amanhã (12), a Semadur e em conjunto com o Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seintrha) instalam também o concreto ecológico na obra de concretagem da avenida Interlagos na Região Urbana do Bandeira. Serão utilizados no local cerca de 50 metros cúbicos de concreto ecológico, que levam aproximadamente 300 pneus. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, a partir de agora todas as obras licitadas terão por exigência no edital a utilização deste novo material por parte das empresas.

Criação

O projeto foi criado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em parceria com a empresa Ecopneus, sob a coordenação da professora Sandra Regina Bertocini, mestre em engenharia civil. Ela conta que foi realizado um protótipo no meio fio no bairro Taquaral e, também, como piso de moradias. “É uma parceria com a Prefeitura que gera beneficio ambiental”, disse a professora da UFMS.