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Sidrolandia

Cerca de 1.2 milhão de pessoas começaram o tratamento contra aids em 2009

América Latina e Caribe atingem 50% de acesso aos antirretrovirais

Agência de Notícias da Aids

30 de Setembro de 2010 - 07:53

Quatorze países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, atingiram a meta de tratar mais de 80% das crianças com HIV que precisam de medicamentos antirretrovirais.

Este é um dos destaques do relatório “Rumo ao Acesso Universal”, lançado na terça-feira, em Genebra, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (UNAIDS). No geral, houve importantes avanços, apontou o documento. Leia a seguir.

Em 2009, apenas nos países de renda média ou baixa, 5.25 milhões de pessoas estavam em TARV, o que representa 36% do total de pessoas que precisam de tratamento. Esses números significam um aumento de mais de 1.2 milhão de pessoas, o maior já registrado durante o período de um ano.

Segundo o relatório, grandes progressos foram observados no oriente e no sul do continente africano, o mais atingido pela pandemia.

Nessas regiões, a cobertura do tratamento antirretroviral (TARV) aumentou de 32% para 41% em um ano; e metade das mulheres grávidas teve acesso ao aconselhamento e teste voluntário para o HIV em 2009.

O documento cita a África do Sul, Botswana e Guiana, entre os 15 países que foram capazes de fornecer para mais de 80% das gestantes portadoras do HIV os serviços de prevenção da transmissão vertical; e Cuba, Ruanda e Camboja, como exemplo das oito nações que já fornecem acesso universal e gratuito contra a aids para os adultos.

"Países em todas as partes do mundo estão demonstrando que o acesso universal é possível", disse o Diretor Geral Adjunto para Aids, Tuberculose, Malária e Doenças Tropicais na OMS, Hiroki Nakatani. “Mas ainda temos que nos unir para tornar isso nos próximos anos uma realidade universal", acrescentou.

Na África subsariana, cerca de um milhão de pessoas começaram o TARV, totalizando 3.9 milhões, ou seja, uma cobertura de 37%.

A América Latina e o Caribe atingiram 50% de cobertura; o Leste, Sul e Sudeste da Ásia, 31%; Europa e Ásia Central, 19%; enquanto Norte da África e Oriente, apenas 11%.

Desafios

De acordo com as Nações Unidas, os obstáculos para a expansão do tratamento contra a aids continuam devido à escassez de financiamento, recursos humanos limitados e fracos sistemas de gerenciamento de compra de medicamentos e materiais para diagnostico do HIV.

Um terço dos 144 países analisados relataram uma ou mais interrupção na distribuição de medicamentos.

Os esforços de prevenção para alcançar populações mais vulneráveis, como profissionais do sexo, usuários de drogas e homens que fazem sexo com homens, são limitados. Por exemplo, apenas um terço dos usuários de drogas injetáveis foram atingidos com programas de prevenção do HIV em 2009.

A segurança do sangue e seus derivados continuam preocupantes nos países pobres. Embora nos países mais desenvolvidos as doações de sangue em 2009 foram consideradas de boa qualidade em 99% dos casos, nos países em desenvolvimento foram de 85% e nos países subdesenvolvidos em 48%.

O relatório “Rumo ao Acesso Universal” informou ainda que em 10 países de renda média ou baixa mais de 60% dos portadores do HIV não sabiam que tinham o vírus. Como resultado, muitos pacientes começaram o tratamento tarde demais.

“Concluímos com essa análise que temos mais desafios, mas também oportunidades claras para otimizar os investimentos, aumentando a eficiência”, disse o diretor da OMS para Aids, Gottfried Hirnschall.

“Ao iniciarmos o tratamento precocemente e melhorarmos a adesão no primeiro ano, podemos salvar mais vidas", argumentou.

Gottfried finalizou dizendo que “além de expandir o tratamento, é preciso ter atenção na qualidade desse serviço.”

Este foi o quarto relatório anual da ONU para o acompanhamento dos progressos realizados para o acesso universal à prevenção, tratamento e cuidados da aids.