Com Collor fora da aliança, Planalto lança Lessa ao governo de AL

Depois de duas tentativas frustradas de retirada do senador Fernando Collor (PTB-AL) da disputa ao governo de Alagoas, o que racha em dois o palanque da presidenciável do PT, Dilma Rousseff, no Estado, o Palácio do Planalto envia nesta segunda-feira (24) o ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, para apoiar, oficialmente, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) ao Palácio República dos Palmares - sede do governo alagoano.

A visita de Lupi estava prevista para 10 de maio, mas, neste mesmo dia, Collor usou a rádio Jornal, do empresário João Lyra (PTB), para lançar o próprio nome ao governo, pedindo votos a Dilma Rousseff. Dias depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou reunião em Brasília com Collor, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, e Lessa. Collor não apareceu.

"Lula me disse que o palanque da Dilma no Estado era o nosso", informou o ex-governador, que disputou com Collor, em 2006, a vaga ao Senado, ganha pelo ex-presidente da República.

Sendo a "voz" de Lula, Lupi chega ao Estado nesta segunda-feira, às 10h. Oficialmente, os pedetistas dizem que ele será anfitrião de formatura de turmas do Projovem no Estado. "O ministro lança o Ronaldo Lessa ao governo. Não existem dois palanques. O palanque da Dilma é o do Ronaldo", disse o integrante do PDT, Welinson Miranda.

Na sexta-feira (21), o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson- eleitor do presidenciável José Serra (PSDB)- mandou recado ao Palácio do Planalto: Collor será candidato ao governo de Alagoas porque disputará, em 2014, a presidência da República.

"Será em 2014 porque 14 é o número do PTB. O presidente Collor não vai desistir de disputar o governo. Estou aqui para 'tocar fogo' nesta candidatura". Jefferson segue hoje a Brasília, depois de passar final de semana no Estado, onde conversou com lideranças do PTB. Collor está em São Paulo, sem previsão de chegada a Alagoas.

Além de rachado, o palanque de Dilma começa a enfrentar problemas na acomodação dos aliados. O PP resolveu dar apoio à reeleição do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB); por ordem do PT e PDT nacionais, o PT estadual não vai lançar candidato ao Senado para apoiar a reeleição de Renan Calheiros, lançando um aliado dele, o ex-deputado federal Eduardo Bomfim (PC do B), na disputa pela segunda vaga ao Senado; o PMDB vetou, na semana passada, a indicação do nome do deputado federal Joaquim Beltrão como vice de Collor. Isso porque o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB), irmão de Renan, é quem deve ser o vice de Lessa.

A suplente de Collor, Ada Mello, ou o vereador Galba Novaes, líder do Prefeito na Câmara de Vereadores de Maceió, são os nomes mais cotados para assumirem a vaga de vice.