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Sidrolandia

Com projetos de Inclusão Digital, Campo Grande prepara população para cidade do futuro

O sistema de emissão de Notas Fiscais Eletrônicas é um bom exemplo de modernização do serviço público

Correio do Estado

21 de Julho de 2010 - 14:43

Contexto da revolução digital em que nos encontramos, na qual novas tecnologias surgem quase que diariamente, ações de Inclusão Digital têm feito diferença para que a capital sul-mato-grossense, por meio dos diversos projetos executados na cidade, fique sincronizada com esta nova exigência da vida em sociedade.

O objetivo destas ações parte do mais óbvio - que é preparar os cidadãos para um mercado de trabalho cada vez mais exigente – mas, também, busca dinamizar a vida do campo-grandense, seja pela otimização dos processos de ensino e aprendizagem nas escolas ou pela utilização de telecentros, onde qualquer cidadão pode, por exemplo, imprimir a segunda via de um boleto bancário ou receber lições de informática básica.

Para o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, o assunto é da maior importância. A recomendação expressa é de que as Secretarias Municipais busquem sempre maneiras de se modernizarem. Enquanto isso, diversas realizações da prefeitura permitem que a população entre em sinergia com o ritmo da cidade. "Inclusão Digital é uma grande preocupação nossa. Temos a meta de preparar nossa população para as novidades, de colocar os jovens em contato com novas tecnologias e, principalmente, de incentivar o bom uso destes recursos. Queremos que, por meio da Inclusão Digital, um horizonte de oportunidades surja para o campo-grandense", explica.

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De fato, diversas secretarias já contam com sistemas informatizados, cujo manuseio requer o mínimo de conhecimentos em informática. O sistema de emissão de Notas Fiscais Eletrônicas é um bom exemplo de modernização do serviço público. Saber manusear a ferramenta é requisito fundamental para o funcionamento da ferramenta. Por este e outros motivos, diversas ações pontuais em Inclusão Digital estão acontecendo na Cidade Morena.

Educação em ritmo acelerado

Experiências de Inclusão Digital vêm sendo tocadas em diversos setores da administração pública de Campo Grande. Na Secretaria Municipal de Educação (Semed), por exemplo, são executados vários projetos na área, onde professores e alunos recebem capacitação específica e são introduzidos às práticas virtuais e às novas tecnologias.

Segundo a secretária Maria Cecília Amêndola da Mota, responsável pela pasta, o sucesso dos projetos se dá tanto pela preocupação em aproximar os estudantes das novidades, quanto pela melhora da estrutura da educação básica na Rede Municipal de Ensino (Reme). "Atualmente, dispomos de uma boa estrutura para executar os projetos, pois todas as escolas já contam com laboratórios de informática. Inclusive, algumas escolas já dispõem de alguns recursos audiovisuais e nossos corpo docente está sendo treinado para explorar ao máximo as ferramentas digitais", explica.

Este é o caso do Ensinando e Aprendendo com as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), uma parceria com o Ministério da Educação (MEC). O projeto tem a preocupação de capacitar o corpo docente para o manuseio de novas tecnologias, bem como para a criação e execução de projetos por meio de subsídios teóricos, metodológicos e práticos. "Os professores recebem treinamento para compreender o potencial pedagógico desses novos recursos, para planejar estratégias de ensino e aprendizagem e para utilizar as TIC na prática pedagógica", explica Waldir Leonel, chefe da Divisão de Tecnologia Educacional da Semed.

Também no mesmo sentido funciona o projeto Aluno Integrado - um curso de educação à distância firmado por meio de uma parceria com o MEC - está sendo tocado em Campo Grande. No momento, cerca de 360 estudantes dos 8º e 9º anos e do EJA (Educação de Jovens e Adultos) recebem o treinamento específico à distância, focado em manutenção de computadores, hardware, software livre e ferramentas de interação virtual. "O mais interessante é que eles podem fazer os cursos nas próprias salas de informática das escolas em que estudam", acrescenta Waldir Leonel.

Sucesso à vista

Os resultados destes projetos já são visíveis. De acordo com a secretária da Semed, o entrosamento dos alunos da Rede Municipal de Ensino com novas mídias e tecnologias acelerou bastante o processo de ensino-aprendizagem. "Percebemos que o rendimento melhorou muito. Os resultados podem, inclusive, ser conferidos em alguns indicativos, tais como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), no qual as escolas da Reme atingiram ou superaram as metas estipuladas para 2009", revela Maria Cecília Mota.

O sucesso é visível não só nos resultados do Ideb, mas, também, na última edição da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI). Estudantes da Reme conquistaram uma medalha de Prata (nível II) e uma de Bronze (nível I), além de quatro destaques de Honra ao Mérito. "Além disso, os 20 melhores colocados na OBI foram convidados pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) a participarem de um curso de iniciação científica no próximo ano", explica Denise Arakaki Takemoto, do Núcleo de tecnologia da Semed. "A ideia é justamente capacitar estes estudantes para que na próxima edição da olimpíada eles possam fazer também a prova de programação e conquistarem mais resultados. ", conclui.

Telecentros para uso da comunidade

Também a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia e do Agronegócio (Sedesc) está desenvolvendo ações em parceria com os Ministérios do Planejamento, da Comunicações e da Ciência e Tecnologia quanto à Inclusão Digital. Neste caso, as ações fogem do ambiente escolar e atingem as comunidades campo-grandenses, dentro das particularidades de cada uma.

Segundo o secretário da pasta, Natal Baglioni Meira Barros, o objetivo é aumentar o contato dos campo-grandenses com as novas ferramentas. "Nossos projetos complementam outros que estão sendo tocados na cidade e quem não teve o contato com estas ferramentas nas escolas, terá oportunidade de aprender a manuseá-las nos espaços que estamos providenciando", explica o secretário.

Uma dessas ações é o projeto Morena Digital, que faz parte do Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades – Telecentro BR. O projeto já passou da fase burocrática de instalação e está prestes a entrar em plena execução. Ao todo, serão 26 telecentros em Campo Grande, cada um com 11 equipamentos (10 computadores para os usuários e um para o professor-monitor) e uma impressora, estrutura garantida por meio dos convênios com os Ministérios. Os espaços são destinados desde para o acesso à Internet, impressão de boletos, pagamentos de contas e consultas online aos órgãos públicos à realização de cursos de informática básica e avançada.

Por sinal, para receber os telecentros, a Sedesc foi selecionada numa chamada pública nacional, onde o resultado poderá ser conferido em breve. "Atendemos a todos os segmentos sociais, tais como áreas rurais, comunidades quilombolas, associações religiosas e LGBT, etc, sendo que esta abrangência social foi ao encontro do que os Ministérios queriam, que é a diversidade na Inclusão Digital", explica Maria do Carmo Petelinkar, superintendente de Turismo e Ciência e Tecnologia da Sedesc.

Inclusão Digital e Centros de recondicionamento de Computadores

No mesmo sentido dos telecentros, mais uma parceria com os Ministérios do Planejamento, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia irá garantir a capacitação de jovens para manutenção de máquinas e melhor entendimento destas tecnologias. Este é o projeto Computadores para Inclusão, que repara equipamentos de informática usados e os distribui para iniciativas de inclusão digital de todo o Brasil. Nesta iniciativa, jovens de 18 a 22 anos de Campo Grande vão receber o treinamento específico para o recondicionamento de computadores, numa estrutura que foi providenciada no bairro São Francisco. "Também nesse projeto, teremos jovens com conhecimentos avançados em informática, que com certeza fará diferença nos currículos de cada um", conclui Maria do Carmo.

Com tantos projetos e ações pela Inclusão Digital, Campo Grande passa a integrar o rol de cidades preocupadas em se prepararem para o futuro. Neste ritmo, a cidade avança a passos largos, com resultados prá lá de notáveis. Por sinal, as Secretarias Municipais da capital sul-mato-grossense têm a missão de acompanhar os rumos e tendências de modernização do serviço público, de forma que o bom uso das ferramentas disponíveis implique necessariamente na melhor qualidade de vida do campo-grandense. Que venha o futuro!

Mais Inclusão

> Por meio de um convênio com o MEC, a Semed está pondo em prática, no colégio Arnaldo Estevão de Figeiredo, o projeto UCA – Um Computador por Aluno. Nele, cada estudante e professor recebe um laptop de uso individual, cujo uso será integrado com as atividades em sala de aula.

> Além disso, 46 escolas da Reme já utilizam software livre (Linux). Outras oito escolas rurais estão com os sistemas abertos em fase de implantação. A idéia é que 100% da rede passe a utilizar o recurso.

> O EAD (Ensino à Distância) acontece na Reme desde 2003 pela plataforma virtual ProInfo, do MEC. Porém, o sistema online chamado Moodle, desenvolvido pela Prefeitura de Campo Grande, já está sendo utilizado em algumas escolas da rede municipal.

> Estudantes da Travessia do Jovem Estudante (Traje) contam com disciplinas específicas, com o intuito de formá-los para o mercado de trabalho. Dentre as matérias estão as de Manutenção de Computadores e Webdesign.

                                > Campo grande disporá de 26 Telecentros, espalhados pelas comunidades conforme parâmetros do projeto (demanda de acesso, espaço físico disponível e histórico de atuação social). A instalação acontece em três etapas, sendo a primeira de julho a setembro deste anos (12 unidades), a segunda de outubro a dezembro (11 unidades) e a última de janeiro a março de 2011 (três unidades).