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Sidrolandia

Começa o julgamento de Noriega por lavagem de dinheiro de tráfico

x-ditador panamenho pode pegar 10 anos de prisão na França

Estadão

28 de Junho de 2010 - 09:55

A justiça francesa julgará a partir desta segunda-feira, 28, o ex-ditador panamenho Manuel Antonio Noriega, homem forte de seu país nos anos 80, por lavagem de dinheiro na França de 2,3 milhões de euros procedentes do cartel de Medellín.

Noriega, de 76 anos, que pode ser condenado a de anos de prisão, já foi julgado em ausência pelos mesmos crimes em 1999 pelo Tribunal Correcional de Paris, que havia imposto uma multa de 11,2 milhões de euros.

Sua esposa, Felicidad, foi condenada a mesma pena de prisão e a uma multa superior, mas parecer nunca ter sido notificada, segundo informações da agência de notícias AFP.

A audiência começa nesta segunda-feira às 13h30 locais (8h30 do horário de Brasília) na sala XI do Tribunal Correcional. Noriega será assistido por seus advogados Olivier Metzner, Yves Leberquier e Antonin Levy.

Noriega foi extraditado no dia 27 de abril dos Estados Unidos para a França após cumprir de anos de prisão em Miami por cumplicidade com o tráfico de drogas.

O ex-militar foi capturado no Panamá em 1989 por tropas americanas e levado aos EUA, onde foi condenado em 1992 a 40 anos de prisão.

A justiça francesa acusa Noriega de ter lavado 15 milhões de francos (2,3 milhões de euros) entre 1988 e 1989 que havia recebido do cartel de Medellín por permitir o transito pelo Panamá de aviões carregados de cocaína rumo aos EUA.

Noriega, sua esposa e suas três filhas, eram titulares de várias contas bancárias em agências do BNP, CIC, Banco do Brasil, Crédit Lyonnais e BCCI em Paris e Marselha.

O julgamento se prolongará até quarta-feira. A sentença será conhecida entre setembro e outubro.

O Panamá será parte querelante no julgamento.

Em 1999, o Panamá reclamou à justiça francesa 15 milhões de euros e recebeu um franco simbólico. Agora reclamará uma "reparação por danos materiais e morais" porque considera que o dinheiro lavado na França por Noriega "é do Panamá".

Noriega sempre afirmou que esse dinheiro vinha de sua fortuna pessoal e do dinheiro que cobrava da Agência Central de Inteligência (CIA), da qual era agente desde os anos 70.

Ao chegar na França, o ex-ditador pediu sua extradição para o Panamá, que se reconheça o estatuto do prisioneiro de guerra que gozava nos Estados Unidos e sua imunidade como chefe de Estado. Noriega, que sobre de hipertensão e tem dificuldades de movimento em seu lado direito, está alojado na prisão parisiense de La Santé.