Comunidade Tereré cobra troca do agente de saúde e ameaça fechar polo da Sisai

Lideranças das aldeias indígenas Tereré e Nova Tereré estão dispostas a fechar o polo de Sidrolândia da SISAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), caso até sexta-feira o Distrito Sanitário Indígena não abra um processo seletivo para contratar um técnico de enfermagem para atuar como agente saúde nas duas aldeias urbanas em substituição ao atual agente, Jazanias Clementino, na função há três anos.

Jazanias teria deixado de fazer as visitas domiciliares aos pacientes com doenças crônicas (hipertensos), recém-operados, grávidas, cadeirantes, além de acamados. Uma mulher recém-operada, chegou a acusar o técnico de enfermagem de ter feito um curativo de forma negligente que por pouco não resultou numa infecção. “Ele chega e sai à hora que quer no serviço. A maior parte do tempo só fica na roda de tereré”, denuncia o cacique João Figueiredo, o capitão Santo.

Dona Ramona Custódio Rodrigues, que é hipertensa, reclama do trabalho desenvolvido pelo técnico de enfermagem. “Há muito tempo que não passa pela minha casa”, assegura.

A comunidade, segundo o vereador Otacir Figueiredo, já se manifestou inclusive num documento com mais de 450 assinaturas, encaminhada há seis meses à direção do Distrito e ao Ministério Público Federal. Um grupo rival saiu em defesa de Jazanias, contestou a legitimidade das assinaturas e com isto o processo de sua demissão foi interrompido.  

Como o impasse se arrasta há seis meses, por intervenção do vereador Otacir Figueiredo, a Prefeitura cedeu uma técnica de enfermagem que vai duas vezes por semanas ao posto de saúde da comunidade.