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Sidrolandia

Cooperativa paraguaia anuncia fechamento da unidade em MS por causa dos impostos

A cooperativa paraguaia Chortitzer Ltda anunciou hoje (13) que vai encerrar as atividades da unidade sul-mato-grossense, Chortitzer Komitee, e culpou os altos impostos estaduais pela decisão.

Redação de noticia

13 de Maio de 2010 - 16:36

A empresa distribuía cerca de 25 mil litros de leite por dia a partir de Campo Grande.

“Estamos encerrando a operação com nosso CNPJ brasileiro porque a carga tributária brasileira é insuportável. Além disso, não dá para competir por causa dos tributos diferenciados”, explicou Ricardo Kasdorf, gerente comercial da Chortitzer Komitee em Mato Grosso do Sul.

“Sempre tivemos um produto de qualidade superior com a marca Trebol e preço competitivo, mas a superproteção inviabilizou nossa participação no mercado. Agora estamos estudando a importação de nosso produto diretamente pelos grandes supermercadistas”, informou.

O conselho diretor da Chortitzer confirmou que tomou a decisão exclusivamente por causa dos “fortes impostos estaduais, que chegam a 28% sobre o produto paraguaio diminuindo a competitividade”.

Gustav Zawatzky, presidente da Federação de Cooperativas de Produção do Paraguai, disse à imprensa que a sobretaxação de produtos paraguaios fere o tratado do Mercosul. “A política do Lula é de que os ricos paraguaios paguem a pobreza dos brasileiros. Nesta unidade processávamos um volume pequeno de leite, que não significa nada frente à produção brasileira, mas era um ensaio para abrir caminho no mercado do Brasil”, reclamou.

“Quem perde são os consumidores brasileiros”

“É triste encerrarmos assim nossas atividades. Quem perde é o consumidor local, que tinha uma opção com produto de qualidade”, pondera Kasdorf. Sobre as circunstâncias de fechamento da unidade brasileira, Ricardo diz que a situação fiscal junto às autoridades brasileiras está regularizada.

“Não temos nenhum problema financeiro. O único motivo é a carga tributária brasileira superprodutora. Fechamos com tudo em dia e só deixamos o jogo porque os impostos faziam um time jogar no tapete e a gente jogar em campo de pedregulho”, explica.

A unidade da Chortitzer de Campo Grande tinha cinco funcionários diretos e gerava cerca de 30 empregos indiretos através de empresas terceirizadas que trabalhavam na logística e distribuição do leite da marca Trebol, carro chefe do grupo no Brasil.