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Sidrolandia

Dilma diz que é alvo de acusações que remetem à Guerra Fria

Candidata visitou na manhã deste domingo (10) a Bienal, em São Paulo. "Eu fui acusada de coisas que eu jamais pensei ser", afirmou a petista.

G1

10 de Outubro de 2010 - 23:23

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse neste domingo (10), em São Paulo, que é alvo de acusações na campanha que remetem à Guerra Fria. A candidata afirmou ainda, sem citar o nome do adversário José Serra (PSDB), que não faz “nenhuma virada para a direita” para se eleger.

A questão da descriminalização do aborto tem pautado o segundo turno da eleição. A campanha de Dilma alega que é alvo de boatos e calúnias em relação e esse tema. A petista tem reafirmado que é pessoalmente contra o aborto, mas que, se eleita, tratará o assunto como questão de saúde para assegurar que as mulheres tenham condições de criar os filhos.

“Eu fui acusada de coisas que eu jamais pensei ser. Fui acusada, por exemplo, daquela acusação da Guerra Fria dos anos 50. Quando você queria acusar uma pessoa você falava que ela comia criancinhas. Eu jamais esperei escutar uma coisa dessas. E escutei. Então, acho que não só foi conservador, como beirou, eu acho assim, todas as manifestações absurdas da Guerra Fria. Veja bem, o maior preconceito que houve no mundo, que é criar e colocar, e tentar pregar n o adversário uma imagem que, de fato, é ridícula no século 21”.

Dilma deu as declarações após visitar a 29ª Bienal, em São Paulo, na manhã deste domingo. Ela foi questionada, em seguida, se estava se referindo à questão do aborto. Respondeu que estava falando sobre a acusação de “comer criancinhas”. Dilma, porém, não atribuiu a nenhuma pessoa diretamente a autoria da frase.

A petista afirmou que não vê conservadorismo nos eleitores, e disse que, ao contrário, considera que o eleitorado brasileiro é “generoso”.

“O Brasil tem uma tradição de tolerância. É um país em que árabes e judeus sentam na mesma mesa, e que convivem sem atritos. Criar um clima de guerra religioso no Brasil é um absurdo, porque não compadece com a nossa cultura", afirmou.

Obra polêmica
Dilma comentou ainda a
obra do artista pernambucano Gil Vicente, que mostra desenhos em que ele é retratado apontando uma arma para a cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e segurando uma faca para cortar o pescoço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) quis impedir a exposição, alegando apologia ao crime.

Políticos e personalidades públicas como o papa Bento XVI, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o premiê israelense Ariel Sharon e a rainha Elizabeth II também aparecem sob a mira do artista em outros quadros da série "Inimigos".

"A cultura não pode ser objeto de censura. A gente tem que entender que a obra de arte trabalha com o simbólico e que as pessoas têm o direito de se manifestar culturalmente. Então, do ponto de vista estético, é uma obra até bonita, pra mim, do meu ponto de vista. Agora, o que ela quer dizer são outros 550", disse a candidata do PT.