Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 29 de Novembro de 2024

Sidrolandia

Dólar comercial abre em alta de 0,93% a R$ 1,839

O mercado demonstra não gostar de nada que engesse suas ações e essa movimentação é a demonstração

Estadão

19 de Maio de 2010 - 09:45

O dólar comercial abriu em alta de 0,93% as negociações no mercado interbancário de câmbio, cotado a R$ 1,839. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista iniciou o pregão com avanço de 0,95% ante o real, negociado a R$ 1,8373.

Os especuladores reagiram mal às medidas alemãs no sentido de maior regulamentação nos mercados e pressionaram o euro, ativo que continua de fora desse aumento de rigidez. Hoje, a moeda única já foi à mínima de US$ 1,2146, dando sequência a um movimento que começou na tarde de ontem. Nesta manhã, no entanto, dava sinais de que maior regulamentação no mercado não é exatamente motivo que justifique uma desvalorização adicional da moeda e valia US$ 1,227.

O mercado demonstra não gostar de nada que engesse suas ações e essa movimentação é a demonstração. Porém, após um ou outro ajuste necessário para que os investidores se enquadrem às novas regras, não há motivo para que um aperto na segurança das operações represente mudanças mais drásticas em preços de ativos. Os analistas até que tentaram associar o rigor demonstrado pela Alemanha a eventuais novos problemas que estariam escondidos, o que justificaria aumento adicional na aversão ao risco. Mas a melhora dos mercados sinaliza que essa tese não deve se sustentar.

No Brasil, os operadores divergem quanto a essas ideias. Uns avaliam que a Alemanha pode estar preocupada com algo que não veio à tona e é isso que os mercados estão tentando precificar. Outros afirmam que não. Para esses, os mercados mostraram uma reação inicial a medidas de maior controle dos mercados que desagradam e que vinham sendo postergadas há tempos. Lembram que, desde o estouro da crise do subprime, a maior regulamentação dos mercados é um tema em pauta pelos órgãos internacionais.

O Brasil tem sido um dos países que mais defende essa necessidade e apresenta-se como exemplo, já que o maior controle dos negócios financeiros foi apontado como um dos facilitadores no enfrentamento dos efeitos da crise internacional de 2008. Mas o mundo desenvolvido vinha resistindo a alterações nos mercados, principalmente os Estados Unidos e o Reino Unido. Agora, com o agravamento da situação europeia, em parte por causa das movimentações do mercado em torno das dívidas soberanas da região, a Alemanha parece ter encampado a questão.

E o que os mercados devem olhar nas próximas horas é o desenrolar da decisão alemã. O país agiu sozinho, mas não deve ficar por aí. O país pediu e a União Europeia vai discutir a possibilidade de que o rigor seja aumentado no restante da região, em encontro na sexta-feira. E essa perspectiva pode sustentar os ajustes dos mercados.