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Sidrolandia

Dono pede à Justiça despejo de sem-terra em Batayporã

O resultado sobre a produtividade da área está em um laudo de vistoria recente, feito a partir de uma solicitação do MST

Campo Grande News

16 de Abril de 2010 - 17:00

O proprietário da fazenda Primavera, em Batayporã, já pediu à Justiça a reintegração de posse da área, invandida ontem por famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra). Ele também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil por esbulho possessório contra os sem-terra.

A propriedade tem 3 mil hectares e segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) é produtiva e não pode ser alvo de desapropriação, a menos que o proprietário tenha interesse de negociá-la com o
Governo Federal. O resultado sobre a produtividade da área está em um laudo de vistoria recente, feito a partir de uma solicitação do MST.

Agora, com a ocupação, é que a área não poderá mesmo ser destinada à refoma agrária, porque desde 2000, áreas que são ocupadas ficam inabilitadas para este fim por dois anos.

Cerca de 250 famílias ligadas ao MST invadiram a área, segundo a Polícia Militar, que enviou ao local uma equipe para averiguar a situação. As famílias já estão montando barracas na fazenda. Elas são basicamente de Angélica e Bataiporã e já estavam acampadas na região aguardando assentamento, à beira da estrada.

"Eu não entendo a motivação deles para ocupar a fazenda se o laudo apontou que ela é produtiva", afirma o dono da área, Antônio Carlos Cotrim de Moura Andrade.

De acordo com ele, a área tem produção de soja, milho, criação de gado e uma área de reflorestamento com eucaliptus. A fazenda, que já teve 60 mil hectares, foi uma das primeiras ocupações na região, quando o paulista Antônio Joaquim Moura Andrade comprou a área, da extinta companhia Mate Laranjeira.

Histórico - Antônio Carlos Cotrim Moura Andrade diz que a fazenda foi invadida pela sexta vez. Há na Justiça seis processos relacionados à ação dos sem-terra na área, a maior parte deles por furto e por um incêndio em área de proteção ambiental, atribuído aos sem-terra.

O Incra informou que as famílias estão cadastradas no órgão, que um cadastro de 13 mil famílias aguardando ser assentadas pelo programa nacional de reforma agrária. Nessa região, segundo o Incra, há dificuldade de encontrar
terras improdutivas nessa região.

A invasão da área faz parte do chamado "Abril Vermelho", movimento que o MST faz todos os anos nesta época do ano para pressionar o governo para aumentar o número de assentamentos. No Estado, a mobilização começou com a interdição da BR-163, em Itaquiraí, na semana passada.