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Sidrolandia

Dourados tem menor umidade da década

Desde o dia 19 deste mês, o índice de umidade vem caindo no município, fato nunca registrado antes, pelo menos nesta década

Dourados Agora

30 de Agosto de 2010 - 10:54

Dourados vem mantendo os índices mais baixos de umidade do ar dos últimos dez anos, menor que a de um deserto, que é de 15%. No sábado, o índice de umidade do ar na cidade caiu a 8% às 13h20, deixando o município em estado de emergência, segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil.

Desde o dia 19 deste mês, o índice de umidade vem caindo no município, fato nunca registrado antes, pelo menos nesta década. Segundo dados da Estação Agrometeorologica da Embrapa Agropecuária Oeste, a umidade mais baixa registrada até então em Dourados ocorreu em 23 de agosto de 2006, quando caiu a 12%, às 15h26. Ontem a umidade do ar aumentou um pouco, subindo para 13%, já colocando Dourados novamente em estado de alerta.

A coordenador Municipal de Defesa Civil, João Vicente Chencarek, informou que se a umidade do ar voltar a cair novamente a um percentual muito baixo - o que coloca o município em estado de emergência - poderá emitir nova nota solicitando às escolas que suspendam as aulas, observando os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Uma umidade do ar tão baixa já é passível de suspensão de aulas para evitar complicações de saúde”, comenta.

Todas as previsões do inicio da semana passada que indicavam chuva no município no final de semana, foram descartadas. Em Dourados até ontem não chovia há 25 dias. De acordo com João Vicente Chencarek, não é necessariamente a falta de chuva que está fazendo com a umidade do ar fique tão baixa, mas a poluição e as fumaças das queimadas, que fazem reduzir as goticulas de água na atmosfera.

O cenário seco, esfumaçado e propenso à doenças alérgicas e respiratórias deixam as pessoas preocupadas. Muitas estão investindo em umidificadores para aliviar o ar “pesado”. Mas a qualidade do ar só vai mesmo melhorar com a temporada de chuva prevista para começar na segunda quinzena de setembro, quando chuvas em formas de pancada atingirão a região Centro-Oeste.

CUIDADOS

Enquanto o cenário não muda, a principal recomendação é que as escolas paralisem as atividades de educação física ou reduzam as que exigem maior esforço físico entre 10h e 16h.

De acordo com o coordenador municipal de Defesa Civil, quando a umidade do ar atinge entre 20% e 30% as pessoas devem evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h; umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas, recipientes com água, conservar molhados os jardins e sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol e consumir muita água.

Entre 12% e 20% de umidade, o estado já é de alerta, portanto, as pessoas devem observar as recomendações de estado de atenção, suprimindo os exercícios físicos e trabalho ao ar livre entre 10h e 16h; evitar aglomerações em ambientes fechados e usar soro fisiológico para olhos e narinas.

Abaixo de 12%, torna-se estado de emergência, quando a população deve observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta, determinando a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, entre outros; suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados, como em salas de aulas, cinemas, entre outros locais, nos períodos de 10h às 16h. A recomendação é que durante as tardes, a população mantenha úmidos os ambientes internos, principalmente quarto de crianças e idosos, pois precisam de atenção especial, já que são os mais afetados pela baixa umidade do ar. O órgão alerta ainda que a baixa umidade aumenta as chances de incêndio em pastagens e florestas e pede às pessoas que não coloquem fogo em terrenos baldios e vegetação seca.