Sidrolandia
Eleição é tudo ou nada na carreira política de Zeca do PT
O nome do vice da chapa petista sairá do PP, PSB ou PV, conforme assegurou Zeca do PT
Conjuntura On-line
02 de Junho de 2010 - 11:11
O ex-governador Zeca do PT deve dar a largada domingo durante encontro de seu partido, em Campo Grande, rumo ao seu projeto político que é governar Mato Grosso do Sul pela terceira vez, mesmo ciente de que deve enfrentar o tudo ou nada em sua carreira política.
Zeca do PT decidiu ir para o confronto com o governador André Puccinelli (PMDB), em pré-campanha à reeleição, sabendo de suas limitações, sobretudo, que não tem o aval das principais lideranças políticas do PT, como do presidente Lula e da ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do partido à sucessão presidencial.
Apesar do clima de entusiasmo para o encontro do fim de semana, até mesmo lideranças locais preferem fazer campanha distante do ex-governador, como é o caso do senador Delcídio do Amaral, com quem Zeca do PT se desentendeu na campanha anterior.
Para analistas, o líder petista corre risco de antecipar sua aposentadoria caso saia derrotado do pleito em outubro para André Puccinelli, que no momento lidera as pesquisas de intenções de voto rumo ao seu caminho de volta ao Parque dos Poderes.
Além da popularidade de Lula e do crescimento momentâneo de Dilma nas pesquisas, Zeca do PT aposta na guerra judicial na tentativa de minar a candidatura de seu principal adversário.
Tanto é que a bancada do PT na Assembléia Legislativa está sendo orientada a investir pesado em ações contra o governador, acusando-o de propaganda antecipada e uso a máquina administrativa.
Os petistas também já usam como mote de campanha o perfil linha-dura, o comportamento do governador, pelo seu conhecido temperamento explosivo. Foi assim nos cinco encontros que o PT promoveu no interior do Estado.
Outra estratégia dos líderes petistas durante a campanha eleitoral é centrar fogo no palanque do rival, tentando passar para o eleitor que André Puccinelli investiu no Estado menos que Zeca do PT ao longo de seu mandato.
Eles creditam o volume de obras executadas no Estado ao governo do presidente Lula com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O que mais pesa contra o petista é o fato de estar respondendo por ações na Justiça por prática de desvio de dinheiro público ao longo de seus dois mandatos como governador do Estado.
Há dias, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou recurso especial impetrado por Zeca do PT, que tentava barrar a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual), em que figura como réu no processo que ficou conhecido como farra da publicidade, acusado de improbidade administrativa.
Vice
O ex-governador prometeu anunciar o vice em sua chapa após o encontro de domingo. Embora sem citar nomes, ele confirmou que seu companheiro de palanque sairá de um partido de Dourados, segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul.
O nome do vice da chapa petista sairá do PP, PSB ou PV, conforme assegurou Zeca do PT.
A estratégia do ex-governador de escolher um douradense para compor sua chapa é tentar reverter o quadro eleitoral desfavorável, se fortalecendo no maior colégio eleitoral do interior do Estado, já que André Puccinelli indicou como vice a ex-prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB).
Principal adversário do governador na corrida rumo ao Parque dos Poderes, Zeca do PT terá ainda como companheiros de chapa disputando o Senado, Delcídio e o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT).
Além do PDT, o líder petista trabalha forte visando atrair para o seu leque de aliança outras legendas, como o PSB, que ainda está indefinido quanto ao candidato ao governo estadual, e o PCdoB.