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Sidrolandia

Em MS, metade dos alunos do 3º ano não sabem ler, nem fazer soma

É o que mostram os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) 2016, divulgados ontem.

Correio do Estado

26 de Outubro de 2017 - 14:49

Em Mato Grosso do Sul, mais da metade (56,1%) dos alunos dos 3º anos do ensino fundamental não sabem ler. Outros 57,6% não conseguem resolver problemas simples de matemática, e mais de 33% tem sérias dificuldades em formar palavras na hora de escrever.

É o que mostram os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) 2016, divulgados ontem. A prova foi realizada em novembro por 2,1 milhões alunos em 48 mil escolas públicas do País. O estudo é feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC).

A avaliação classifica o conhecimento nas três áreas em quatro níveis. Em dois, elementar e básico, o desempenho é considerado insuficiente para a faixa etária. Em "leitura', 56,1% dos alunos do Estado estão nos níveis considerados insuficientes, isto porque 16,7 apresentou desempenho elementar e 39,4% alcançou o nível básico.

O aluno nesses níveis não consegue entender a finalidade de textos como convite, cartaz, receita e bilhete. Localizar informação explícita em textos curtos (com até cinco linhas) em gêneros como piada, parlenda, poema, tirinha (história em quadrinhos em até três quadros), texto informativo e texto narrativo. 

Eles também não tem proeficiência para identificar o assunto de textos, cujo o tema pode ser identificado no título ou na primeira linha em gêneros como poema e texto informativo. Eles também não conseguem inferir o assunto de um cartaz apresentado em sua forma estável, com letras grandes e mensagem curta e articulação da linguagem verbal e não verbal.

Só 9,7% dos estudantes do Estado atingiram nível desejado e 34,1% ficaram no estágio considerado adequado.

MATEMÁTICA

Em matemática, 57% dos alunos apresentaram proficiência insuficiente. Pelo menos 19,4% deles não conseguem reconhecer figuras geométricas;  ler a hora no relógio analógico, nem fazer adição de duas parcelas.

Outros 38,2% não reconhecem as cédulas e moedas de dinheiro, nem associam a escrita por extenso de números naturais com até três algarismos à sua representação simbólica.

Entre os estudantes do Estado que tiveram melhor desempenho, 66,6% apresentaram nível suficiente de proeficiência. No entanto, 33,3% dos estudantes não conseguem, por exemplo, escrever corretamente palavras com diferentes estruturas silábicas, como "lousa" ou "professor". 

BRASIL

No Brasil, os resultados da ANA revelam que 54,73% dos estudantes acima dos 8 anos, faixa etária de 90% dos avaliados, permanecem em níveis insuficientes de leitura.

Em matemática, mais da metade dos estudantes brasileiros, 54,4%, ainda está abaixo do desempenho desejável, figurando nos níveis 1 e 2. A porcentagem de estudantes nos níveis 3 e 4 ficou em 45,5% em 2016.

Os resultados de 2016 em escrita revelam que 66,15% dos estudantes estão nos níveis 4 e 5. Com isso, 33,95% dos estudantes ainda estão nos níveis insuficientes: 1, 2 e 3.

Com o objetivo de combater a estagnação dos baixos índices registrados pela Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), o Ministério da Educação lançou, nesta quarta-feira (25), a Política Nacional de Alfabetização.

Trata-se de um conjunto de iniciativas que envolvem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a formação de professores, o protagonismo das redes e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

Também será criado o Programa Mais Alfabetização, que deve atender, a partir de 2018, 4,6 milhões de alunos com a presença de assistentes de alfabetização, que trabalharão em conjunto com os professores em sala de aula.

A expectativa é contar com 200 mil turmas em todos os municípios brasileiros, entre o primeiro e o segundo ano do ensino fundamental. O investimento será de R$ 523 milhões em 2018.

“A principal iniciativa da Política Nacional de Alfabetização é um programa de apoio aos estados e municípios, às turmas do primeiro e segundo anos, com materiais didáticos de apoio, de acordo com a escolha dos estados e municípios, com apoio para o professor assistente e formação continuada”, disse a ministra substituta do MEC, Maria Helena Guimarães.