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Sidrolandia

Enem 2017 terá detectores de metal em todos os banheiros, diz Inep

Governo federal diz que exame vai usar 67 mil detectores de metal. Aluguel de equipamentos extra vai custar R$ 700 mil.

G1

10 de Outubro de 2017 - 13:47

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 vai utilizar 67 mil detectores de metal, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo o instituto, o número garante que será feita a vistoria dos participantes na entrada e na saída de todos os banheiros dos locais de prova.

O Inep afirma que o número é proporcionalmente maior ao da edição passada, quando os detectores passaram a ser usados em todos os banheiros e não mais de forma aleatória, como ocorreu em 2014 e 2015.

"Com a ampliação dos detectores de metal e a estreia de duas novas tecnologias – os detectores de ponto eletrônico e a prova personalizada – o Enem 2017 terá a estrutura de segurança aprimorada em relação a 2016, fortalecendo a isonomia entre os participantes", afirmou o Inep em nota.

Na conta do governo, o Enem 2017 terá um detector de metal para cada 100 participantes. Em 2016, a relação era de 110 participantes por detector. O Enem 2017 teve 6.731.256 inscrições confirmadas, 22% a menos que em 2016, quando foram 8.627.371 inscrições confirmadas e 78 mil detectores adotados.

Locação dos equipamentos

O Inep chegou a entrar na Justiça afirmando que era o dono dos detectores de metal usados pelo antigo consórcio contratato para aplicar a prova. Entretanto, em nota nesta terça-feira (10) o instituto anunciou ter fechado um acordo para alugar 35 mil detectores junto ao Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).

"O consórcio aplicador de 2017, formado pela Fundação Cesgranrio, Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp) e Fundação Getúlio Vargas (FGV) fornecerá 32 mil detectores. O grupo tinha 29 mil aparelhos disponíveis e adquiriu mais três mil recentemente", informou o Inep.

Segundo o Inep, cada detector de metal será alugado por R$ 20, o que representará um custo total de R$ 700 mil. O gasto com os alugueis não aumentará o custo final do Exame porque o valor já estava previsto no orçamento da segurança. O consórcio aplicador, com apoio do Exército Brasileiro, já iniciou a verificação dos aparelhos alugados. O trabalho deve ser encerrado até sexta-feira.

Além da ampliação no número de detectores de metal, o Inep diversificou a estratégia de segurança desta edição com a adoção, em caráter experimental, de detectores de ponto eletrônico. Os novos aparelhos serão distribuídos em locais estratégicos, selecionados pela Polícia Federal a partir de um trabalho de inteligência que vem sendo preparado desde a aplicação do Enem 2016, a partir de informações do Inep e do Ministério da Educação (MEC).

O novo aparelho é um receptor avançado de detecção de campo próximo, capaz de identificar a emissão de sinais em radiofrequência de WiFi, Bluetooth, celulares e transmissões ilegais. O Andre, da marca Rei, fornecido pelo grupo Berkana, detecta transmissões de radiofrequência independentemente de serem desconhecidas, ilegais, disruptivas ou de interferência. A solução foi uma recomendação da Polícia Federal visando à localização, de forma mais precisa e sem necessidade de busca pessoal, de aparelhos de transmissão muito pequenos e que, eventualmente, possam ter burlado a inspeção por meio dos detectores de metal. O uso do dispositivo é inspirado na estratégia de segurança do "vestibular" chinês, o Gaokao.

A prova personalizada, com os Cadernos de Questões identificados com nome e número de inscrição do participante, também inibe, significativamente, as tentativas de fraudes. Com o novo recurso, o participante não tem a opção de “mentir” sobre a cor da sua prova, uma vez que seu Cartão Resposta está vinculado ao Caderno de Questão personalizado. Outras medidas consolidadas em outras edições serão mantidas, caso da coleta do dado biométrico, lançada em 2016.

O objetivo do Inep ao ampliar os recursos de segurança é permitir que eles sejam cada vez mais especializados no combate às tentativas de fraudes, garantindo a isonomia do exame. A parceira com a Polícia Federal, e o trabalho de inteligência feito com cruzamento de dados e investigação, resultou na anulação dos resultados de 13 participantes das edições de 2015 e 2016. Os participantes que tentaram fraudar o Exame se beneficiando do uso de ponto eletrônico, por exemplo, além de terem os resultados cancelados e, consequentemente, perderem o direito às vagas no Ensino Superior, são indiciados por crime de fraude em certames de interesse público.