Estudo indica pacientes no Brasil sabem pouco sobre HIV e aids

Para investigar o conhecimento sobre HIV e aids de pacientes psiquiátricos, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, coordenados por Ana Paula Melo, desenvolveram um estudo com 2.475 pacientes selecionados em 26 instituições de saúde mental do Brasil.

Na pesquisa, que será publicada no jornal científico Community Mental Health Journal, os cientistas contam que utilizaram o item Response Theory (Teoria da Resposta) para estabelecer um número de acertos padronizado de conhecimento e a regressão linear múltipla para determinar os efeitos individuais e do tratamento sobre esses acertos.

Os pesquisadores afirmam que o principal diagnóstico entre os participantes foi esquizofrenia (48%).

A média de acertos entre os pacientes com doença mental, sobre assuntos que envolvem a aids, foi de 6,78, sendo que a escala variava de 1 a 10.

Segundo os autores, características do tratamento não foram associadas ao grau de conhecimento dos pacientes.

A maior parte do conhecimento dos pacientes sobre HIV e aids esteve significativamente associada à história de doenças sexualmente transmissíveis, teste de HIV anterior e ao uso regular do preservativo.

Enquanto, apenas uma pequena parcela de pacientes mostrou conhecimentos da relação da aids com fatores específicos socioeconômicos, psiquiátricos e percepção de risco ao HIV.

Com base nesses resultados, os autores entendem que o conhecimento sobre HIV e aids entre pacientes psiquiátricos no Brasil está defasado, ficando abaixo do observado na população em geral.

Eles afirmam que o nível de conhecimento encontrado nessa população é comparável ao verificado há uma década.

Desta forma, destacam que o sistema de saúde mental brasileiro deve criar estratégias para disseminar as informações sobre a transmissão do HIV e aids entre os pacientes psiquiátricos.