Sidrolandia
Fiems destaca vantagens do uso dos portos do Chile para o Estado
A alternativa reduz em até 7 mil quilômetros a distância até o mercado asiático, além de diminuir em até 5% o valor do frete pago
Paula Lucia/Região News
13 de Outubro de 2010 - 15:13
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou, nesta quarta-feira (13/10), durante seminário realizado no 6º andar do Edifício Casa da Indústria, as vantagens para os empresários sul-mato-grossenses do uso do porto de Arica, no Chile, para importação e exportação de produtos do e para o mercado asiático. Discutimos aqui o que precisamos fazer para avançar na questão de logística de transporte para levar e trazer produtos para a Ásia via Oceano Pacífico. Penso que o Estado passa por um amadurecimento econômico com as exportações batendo recorde e nós precisamos construir ações como as de hoje para desenvolver o nosso Estado, disse.
Segundo Sérgio Longen, a desburocratização precisa ser trabalhada cada vez mais para viabilizar o uso do corredor bioceânico pelo empresariado de Mato Grosso do Sul. Nós temos muitos entraves sérios, principalmente, na questão de logística de transporte, mas, felizmente, a discussão nesse sentido está vindo à tona no momento ideal. A produção brasileira e estadual tornar-se mais competitiva quando se pode usar o modal marítimo e entendemos que ele precisa ser ampliado, analisou, ressaltando a localização privilegiada do Estado. Com certeza a nossa produção teria preços mais competitivos utilizando os portos do Chile para atingir o mercado asiático, reforçou.
Ele lembra que se faz necessária a finalização do já está planejado com relação ao corredor bioceânico, afirmando que o Porto Seco de Campo Grande é uma ferramenta indispensável nesse sentido. Com o pleno funcionamento do nosso porto seco, as nossas exportações e importações vão ganhar agilidade. Afinal, não é segredo que a rapidez nas exportações é de extrema importância no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, portanto, precisamos criar atrativos para alavancar ainda mais esse crescimento econômico estadual e, com o porto seco aqui na Capital, teremos algo a mais oferecer nesse processo industrialização do Estado, analisou.
O coordenador do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fiems, Fábio Fonseca, acrescenta que a utilização dos portos chilenos reduziria em até 7 mil quilômetros a distância até o mercado asiático, além de diminuir em até 5% o valor do frete pago atualmente pela produção industrial do Estado destinada a esse mercado na comparação com o uso dos portos do Oceano Atlântico. Hoje, todos os segmentos do setor industrial do Estado poderiam ser beneficiados com o uso dos portos chilenos, entre eles, o de alimentos, de metalmecânica, de celulose e papel, de soja e derivados, de carne e seus subprodutos, garantiu, ressaltando que os governos da Bolívia, Chile, Argentina e Paraguai têm unido esforços para a criação de infra-estrutura necessária para as exportações via corredor bioceânico.
De acordo com Fábio Fonseca, esses esforços compreendem a pavimentação de rodovias e o investimento na infra-estrutura ferroviária. Os governos desses países já assinaram um protocolo de intenções, dos quais 90% tem sido cumprido. Para se ter uma idéia, o único país que falta cumprir as exigências é a Bolívia, que precisa pavimentar
O empresário Ivan Godoy, da Hub Chile, disse que a missão comercial que veio ao Estado para falar dos números do corredor bioceânico é composta por funcionários do governo do Chile e empresas setor privado de logística de transporte. Nós estamos trabalhando as vantagens desse corredor no sentido de redução de tempo e de custos. Para nós é importante a presença da indústria de Mato Grosso do Sul porque será ela quem vai começar a se beneficiar desse corredor, previu, acrescentando que os portos chilenos precisam estar preparados para receber essa produção do Estado. Nós viemos conhecer a realidade da indústria sul-mato-grossense para prospectar e verificar a realidade local para, em breve, termos mais dados na perspectiva da integração econômica, finalizou.
A diretora-geral do Prochile Arica e Parinacota, Roxana Belaunde, reforçou que o seminário integra o trabalho de prospecção de mercado que o governo chileno vai realizar
Já a secretária estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria e do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Correa da Costa Dias, destaca que esse seminário contribui para enaltecer o trabalho da Fiems em prol da viabilização do corredor bioceânico. Essa rota é de extrema importância para o desenvolvimento do nosso Estado e do Brasil, sendo um dos temas de trabalho do próximo mandato do governador reeleito André Puccinelli. A nossa intenção é fazer com que essa rota funcione e para isso precisamos contar com o apoio de todos os interessados, analisou.
O seminário também teve a participação do secretário estadual de Obras Públicas e Transportes, Edson Giroto, do deputado estadual Paulo Corrêa, do vice-presidente financeiro da CNA, Ademar da Silva Júnior, do superintendente do Sebrae-MS, Cláudio Mendonça, do presidente da Biosul, Roberto Hollanda, e dos diretores da Fiems Raul Barbosa, Altair da Graça Cruz, Isaías Bernardini e Julião Gaúna, além de diversos empresários.