Sidrolandia
Funcionários terceirizados da Enersul entram em greve
Campo Grande News
21 de Outubro de 2010 - 13:31
Cerca de 70 funcionários terceirizados da Enersul, que trabalham como leituristas, estão em greve desde a tarde de ontem (19). Todos são trabalhadores da Floripark, contratada pela companhia de energia para prestação de serviços.
Segundo o presidente do Sinergia (Sindicato dos Eletricitários de Mato Grosso do Sul), Elvio Marcos Vargas, os trabalhadores reclamam da precarização das condições de trabalho.
Ao todo, segundo ele, 90% dos leituristas aderiram ao movimento.
Em outubro do ano passado, de acordo com o Sinergia, houve um acordo do sindicato com a Floripark.
Conforme o sindicato, a empresa se comprometeu a negociar os salários e elaborar um acordo coletivo de trabalho em um período de 6 meses, o que não ocorreu. Com isso, o salário dos leituristas está sem reajuste há pelo menos 2 anos, segundo informações do sindicato.
Na semana passada os trabalhadores se reuniram novamente: No sábado fizemos uma assembleia com os leituristas e demos um prazo para a empresa (Floripark), conta Vargas.
A empresa, no entanto, ainda não se manifestou, segundo Vargas.
O presidente do Sinergia afirmou que a Floripark, além do serviço de leituristas, também presta serviço técnico, ou seja, de corte e religação de luz, feito por eletricistas.
Eles não têm plano de saúde. Outro dia conversei com um funcionário que ganha R$ 375 com os descontos. Isso é abaixo do salário comercial, relata Vargas.
Ainda que a empresa preste um serviço para a Enersul, o sindicato acusa a companhia de energia de se beneficiar dos contratos. A Enersul terceiriza com contratos onde a empreiteira não tem condições de pagar o salário para os seus funcionários, afirma Vargas.
Ele acusa a Enersul ainda de ter firmado contrato com a empresa que ofereceu valor mais baixo pelo serviço. Vargas diz que a Floripark tem sede em Florianópolis e por isso aceitou contratos mesmo com valores reduzidos. Eles vieram se aventurar. Não têm compromisso nenhum com o Estado.
O presidente do Sinergia criticou a postura da Enersul, que poderia ter contratado uma prestadora de serviços com um valor que proporcionasse salários melhores. Eles só pensam no lucro, afirma Vargas.
Greve generalizada Amanhã, de acordo com o presidente do Sinergia, os eletricistas contratados pela Floripark vão se reunir em assembleia para decidir se aderem à greve junto com os leituristas.
Caso confirme paralisação desses profissionais, os serviços de corte e religação de energia ficariam prejudicados, segundo Vargas.
O Campo Grande News tentou entrar em contato com a empresa Floripark. Segundo foi informado, os diretores estariam em reunião e estariam disponíveis somente no período da tarde.
Já a Enersul, por meio da assessoria de imprensa, explicou que os salários são negociados entre prestadora de serviços e os funcionários por ela contratados.
A companhia de energia relatou ainda que cumpre criteriosamente todas as cláusulas dos contratos firmados com empresas terceirizadas e prima pela qualidade dos serviços.