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Sidrolandia

Lei Maria da Penha estimula mulher denunciar seus agressores

Roberto Costa/Região News

26 de Outubro de 2010 - 13:53

A leitura que Carla Stephanini (Coordenadora Estadual de Políticas Públicas para a Mulher) fez ao participar hoje (26) do programa Bom Dia Mega Notícias – Mega 94 FM, em relação à violência contra mulher sul-mato-grossense, revela que a mulher passou a acreditar mais na polícia e por conta disso está perdendo o medo de denunciar seus agressores.

“Não acreditamos num aumento da violência contra a mulher. A violência sempre existiu e não chegava até os órgãos de segurança. Com o advento da Lei Maria da Penha, a mulher agora está buscando ajuda, apoio dos serviços que são oferecidos pelo Estado”, enfatizou.

Conforme Carla, o fortalecimento das ações de proteção à mulher tem estimulado as vítimas de agressões a procurarem os centros de atendimento, feito uso da casa abrigo e comparecerem a Delegacia de Atendimento à Mulher para registrarem denúncias de maus-tratos sofridos dentro de casa.

Para a Coordenadora Estadual de Políticas Públicas para a Mulher de Mato Grosso do Sul, por conta das medidas protetoras conquistadas nos últimos anos, elas (as mulheres) perderam o medo passaram a denunciar e cobrar da justiça ação rigorosa contra seus agressores.

Dano psicológico

Sobre a violência mais comum praticada contra a mulher, Carla Stephanini destacou a ameaça de morte e o espancamento como sendo as mais freqüentes. Porém, conforme observou, a agressão psicológica é a que mais traumatiza a mulher vítima de violência.

De acordo com a Coordenadora Estadual de Políticas Públicas para a Mulher, a violência psicológica é a mais perversa. “Enquanto a violência física deixa marca visível, a psicológica mina a autoestima, fragiliza, debilita a estrutura da mulher”, comparou Carla, acrescentando que, com isso, a mulher passa a se sentir diminuída, desprezada, enfim, abalada emocionalmente necessitando de acompanhamento médico, psicológico e psiquiátrico.

Ao desqualificar as ações empreendidas pela mulher, não importando a atividade que esteja sendo desenvolvida por ela, esta é uma forma de violência psicológica que diariamente acontece em Campo Grande, nas cidades do interior do Estado, no Brasil e no mundo.

Pedir socorro, sempre!

Para a Coordenadora, toda e qualquer mulher vítima de violência tem que pedir socorro, sempre! É o que ela particularmente tem procurado orientar durante as palestras e seminários realizados sobre o assunto. Evitar o sentimento de fracasso e vergonha para pedir ajuda precisa ser permanente.

“Quando a mulher acha que por si só vai resolver a situação, às vezes o esgarçamento da relação pode resultar em tragédia. Por isso é muito importante que a mulher procure a delegacia de polícia mais próxima para denunciar o responsável pela agressão”, recomenda.

Através do Centro de Atendimento à Mulher Vítima de Violência funcionando em Campo Grande (Avenida General Nepomuceno Costa, 593 – Vila Alba), Dourados e Nova Andradina, o telefone SOS Mulher 0800 67 1236, além do ligue 180 à disposição das vítimas de violência, a mulher vítima de violência dentro ou fora de casa precisa entender que ela não está desamparada, desprotegida, sem a cobertura do governo.

Outro serviço oferecido pelo Estado de Mato Grosso do Sul que Carla Stephanini considera relevante é a Casa Abrigo, idealizada para salvar vidas de mulheres que estão sob grave ameaça correndo risco de morte. A casa é refúgio seguro para a mãe e os filhos menores até 14 anos.