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Sidrolandia

Libanesa vence miss USA, mas é chamada de terrorista e prostituta

Rima Fakih, a libanesa naturalizada americana que venceu o concurso de miss Estados Unidos, não imaginava, ao ser eleita, que provocaria tanta polêmica.

Redação de noticia

21 de Maio de 2010 - 09:35

Inicialmente, pensava ser apenas a primeira vencedora de origem árabe e islâmica. Mas, no dia seguinte, já era descrita como terrorista a prostituta por parte da imprensa americana. As acusações irritaram  os libaneses, que saíram em sua defesa.

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A xiita Rima, vencedor do concurso de miss USA

Muçulmana xiita, Rima já desfilou de biquíni e dançou de forma sensual em concursos de bares de Detroit. Quando se mudou para Nova York, do Líbano, chegou a estudar em colégio católico. Bem diferente da imagem internacional da mulher xiita, ligada a vestimentas conservadoras como o niqab ou a burka.

Na verdade, como Rima, existem muitas mulheres no Líbano. Em Beirute, não é incomum uma jovem muçulmana, xiita (veja foto de Haifa Wehbe, também xiita e símbolo sexual do Líbano, abaixo) ou sunita, estudar na Universidade Saint Jouseph ou ir a alguns dos liceus franceses dirigidos por padres católicos. Também vão às praias no verão, entram no mar ao lado de homens e adoram as baladas desta que é considerada a cidade com a melhor vida noturna do mundo árabe pelo New York Times.

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Ao mesmo tempo, não se pode esquecer que, no Líbano, existem mulheres conservadoras. Algumas xiitas, sunitas e druzas fazem questão de se cobrir e, em alguns casos, são obrigadas. Certas jovens cristãs ainda casam virgens por pressão familiar ou opção própria. Mas, em uma mesma família, pode haver uma mulher com roupas liberais, como Rima, e outra com o véu cobrindo a cabeça. São os contrastes libaneses que sempre marcaram a diversidade do país.

Alguns dos parentes de Rima integram o Hezbollah. Para os libaneses, algo comum. A organização é vista no país como um partido político, integrante da coalizão governamental e que realiza ações sociais, possuindo até mesmo uma rede de TV, a Al Manar. Nos EUA, o Hezbollah é considerado um grupo terrorista que busca destruir Israel. Como ela foi eleita miss em território americano, teve que explicar o papel de seus parentes e, também, uma suposta participação em um strip tease. Queriam saber se ela era terrorista e prostituta.

Mas, no Líbano, estas acusações pegaram mal. No Facebook, os libaneses  e libanesas defenderam arduamente Rima. O mesmo fizeram comentaristas de TV e jornais em Beirute, incluindo a Al Manar, do Hezbollah. Na terra dos cedros, podem aceitar de tudo, menos falar mal de suas belas mulheres.