Sidrolandia
Lula diz que não intercederá por iraniana condenada a apedrejamento
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e uma série de outras figuras públicas já deixaram seus nomes na página.
Agência Estado
29 de Julho de 2010 - 07:41
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (28) que não apelará à sua boa relação com seu colega do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para tentar impedir que a pena de apedrejamento ditada contra uma mulher iraniana acusada de adultério seja cumprida.
Também ressaltou que é preciso "ter cuidado, porque as pessoas têm leis, têm regras" e um líder não pode interferir nelas, sobretudo quando são de outro país.
"Pessoalmente, não acho que uma mulher tenha que ser apedrejada por adultério", disse Lula, embora tenha deixado claro que não pretende usar sua relação com Ahmadinejad para clamar pela vida da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani.
A mulher foi considerada culpada de ter "relações ilícitas" com dois homens em 2006 e desde então permaneceu na prisão, o que deu lugar a várias campanhas internacionais em favor de sua libertação e da anulação da condenação de apedrejamento.
Lula lembrou que, em maio, interveio perante Ahmadinejad para pedir a libertação de uma cidadã francesa detida no Irã por participar de manifestações contra o governo, mas esclareceu que fez isso a pedido do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
O site freesakineh.org destinado a reunir assinaturas contra a execução da iraniana, já reuniu mais de 120 mil adeptos à libertação de Sakineh. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e uma série de outras figuras públicas já deixaram seus nomes na página.
Segundo o Guardian, outros 15 iranianos aguardam a execução por apedrejamento. Um grupo de ativistas, o Irã Solidário, está organizando uma série de protestos no próximo sábado, 24, em apoio a Sakineh.