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Sidrolandia

Na Acrissul, Zeca do PT firma compromisso com o agronegócio

A Acrissul vai reunir em um documento, sugestões da classe ruralista para o Programa de Governo de Zeca do PT

Assessoria

18 de Maio de 2010 - 15:00

O pré-candidato ao governo do Estado, Zeca do PT, foi recebido na manhã de hoje (18) pela diretoria da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Em mais de uma hora de reunião, Zeca expôs os motivos de sua candidatura, delineou propostas e fez críticas ao atual governo. Em seguida ouviu manifestações de apoio e reivindicações dos produtores rurais. A Acrissul vai reunir em um documento, sugestões da classe ruralista para o Programa de Governo de Zeca do PT e articular um debate com a participação do outro pré-candidato, o atual governador André Puccinelli (PMDB). Zeca foi saudado pelos ruralistas como um governante que se preocupou com todos, que desenvolveu políticas inovadoras e arrojadas, resultando no desenvolvimento do Estado, processo que ainda é sentido. Por outro lado, os ruralistas reclamam que foram esquecidos pelo atual governo, não são ouvidos, não têm sequer estradas para escoar sua produção, e ainda sofrem os danos do terror fiscal. Ao analisar a situação em que estava Mato Grosso do Sul em 1998, quando foi candidato a governador pela primeira vez, Zeca frisou que a demanda reprimida era imensa. “Os servidores estavam com quatro salários atrasados, não havia estradas, muita gente até queria se reanexar a Mato Grosso. Outros queriam se juntar a São Paulo. Nós saímos nessa caminhada sem nenhum trunfo, senão o desejo de mudança.” Em seu primeiro governo, de 1999 a/> 2003, Zeca lembra que colocou em dia os salários dos servidores, multiplicou a arrecadação, implantou o plano de incentivos fiscais que trouxe diversas indústrias ao Estado e investiu pesado na infraestrutura. “Recuperamos e encascalhamos 4 mil quilômetros de estradas, construímos mais de mil pontes, fizemos asfalto, recuperamos a malha viária existente.” Zeca lembrou que o Fundersul, Fundo de Desenvolvimento Rodoviário de Mato Grosso do Sul, criado em seu governo, possibilitou essa revolução na malha viária do Estado. “O atual governador foi na televisão e disse que ia acabar com o Fundersul. Ao invés disso, dobrou a cobrança e não investe nada nas estradas. Acabou com a Agesul, pegou as máquinas que nós compramos com dinheiro dos senhores e entregou de graça para as empreiteiras, que fazem o serviço e depois ainda vêm cobrar do Estado.” Como disse aos empresários reunidos na Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), na semana passada, Zeca reiterou que vai dividir a Seprotur em três secretarias: uma para cuidar especificamente da Indústria e do Comércio, outra dedicada apenas ao Agronegócio, e uma terceira para tratar do Turismo. “Acho que esse será o tripé do desenvolvimento do Estado, de um projeto de futuro que pretendemos discutir.” Também reafirmou a intenção de discutir a redução do ICMS sobre combustíveis, acabar com o ICMS Garantido (em que o governo presume o lucro da mercadoria ao entrar no Estado, e sobre esse valor presumido aplica o imposto), reduzir a pauta fiscal para valores de mercado. “Não é possível isso. A pauta do milho é 25, e o valor real é 12. Vamos discutir isso.”  

Apoio

Das lideranças ruralistas presentes, Zeca ouviu que a classe está aberta ao diálogo, que reconhece os investimentos feitos por seu governo para o setor, e até manifestações antecipadas de apoio. O presidente da Acrissul, Chico Maia, foi o último a falar. Disse que a classe ainda vai elaborar um documento com as reivindicações, que será entregue aos dois candidatos, mas antecipou o desejo de participar novamente da gestão dos recursos do Fundersul, como ocorria durante o governo Zeca. Maia lembrou que a Acrissul foi palco de importantes decisões que definiram o destino do Estado. Começando pela criação de Mato Grosso do Sul. A entidade era vista como ideológica, frisou Maia. “Isso não existe mais, nossa bandeira é verde, do agronegócio.” E completou dizendo que o presidente Lula e o próprio Zeca ajudaram a desmistificar a crença de que governos de esquerda eram contra os empresários, os produtores rurais. “Quando a gente ia imaginar que o Brasil daria um salto desse. Está fora do FMI, socorre os países em dificuldade. Saímos/> de uma safra de 90 milhões para 160 milhões de toneladas. O país mudou, só não vê quem não quer”. O vice-presidente da Acrissul e um dos fundadores do PSDB, Jonathan Barbosa, também reconheceu os investimentos do governo Zeca para o agronegócio. “O senhor tem todas as credenciais para vir aqui e falar de agronegócio. O senhor foi criado em fazenda, não existe da minha parte nenhuma restrição ao que o senhor se propõe a fazer, que é o debate político.”  

Jonathan referendou o que Zeca havia falado no início da reunião, sobre o passado de “terror fiscal” que havia no Estado, e acrescentou que além dessa prática ter voltado, os produtores também são acossados pelas normas ambientais confusas. “Se o fazendeiro limpa a terra, vem o Ibama e multa porque não pode limpar. Se não limpa, vem o Incra e declara improdutiva”.  

O produtor Toni Moura – também membro da diretoria da Acrissul – foi além e disse que no governo Zeca, as estradas eram bem conservadas. “Depois do Zeca foram abandonadas”, disse ele, declarando apoio ao pré-candidato. “Espero que você venha a ser nosso próximo governador”.  

Estavam presentes cerca de 30 ruralistas, todos da diretoria da Acrissul. Acompanharam Zeca o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual Paulo Duarte. O vice-presidente da entidade, Jonathan Barbosa, foi incumbido de articular um debate entre Zeca e André Puccinelli, com a participação maciça dos ruralistas. “É só marcar a data”, disse Zeca.