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Sidrolandia

No MS, aliados locais se dividem no apoio a Dilma ou Serra

O PT e o PMDB, coligados nacionalmente nesta disputa presidencial, são adversários históricos no Estado.

Terra

28 de Junho de 2010 - 07:33

A convenção do PMDB em Mato Grosso do Sul revelou uma situação nunca vista antes na região em períodos eleitorais: parceiros numa mesma coligação devem apoiar candidatos diferentes na disputa presidencial.

Note o exemplo: o vice-governador do Estado, Murilo Zauith, do DEM, sigla aliada do PMDB, candidato ao Senado, prometeu fazer campanha para o presidenciável tucano José Serra. Já o primeiro suplente dele, o vice-prefeito de Campo Grande, Edil Albuquerque, peemedebista, segue o coro puxado pelo prefeito da cidade, Nelsinho Trad, outro do PMDB: "não subo no palanque de Serra e, no chão, peço votos para Dilma".

Albuquerque disse que vai seguir a orientação de Trad. E o mais forte adversário do PMDB na disputa pelo governo do Mato Grosso do Sul é o ex-governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, do partido de Dilma. O PT e o PMDB, coligados nacionalmente nesta disputa presidencial, são adversários históricos no Estado.

No dia 9 deste mês, a bancada peemedebista de MS anunciou em Campo Grande apoio a Serra durante a participação dele num evento promovido pelo PSDB. Poucos dias depois, esses mesmos parlamentares e o governador André Puccinelli foram a Brasília e votaram sim pela coligação do PMDB com o PT.

O comando regional do PMDB anunciou na convenção realizada neste sábado (26), em Campo Grande (MS) que vai disputar a eleição aliado a 15 partidos, quatro dos quais apoiadores da presidenciável petista.

Puccinelli disse que na campanha vai comparar o volume de projetos tocados por seu governo com o do adversário, o Zeca do PT, que também promete recorrer aos comparativos. O petista governou o Estado por oito anos e o peemedebista ocupa seu primeiro mandato.

Com a soma das coligações em vantagem, o PMDB deve ocupar 12 minutos dos 20 minutos reservados na campanha eleitoral da tevê aos candidatos ao governo. Já o candidato do PT, sigla que conta até agora com quatro partidos aliados, deve ficar com sete minutos da propaganda.

O número de candidatos da chapa comandada pelo PMDB também dobra em relação à aliança do PT.

O PMDB, que tem como principais aliados o PSDB, PR e DEM, siglas com mandatos, vai registrar 153 candidatos a deputado estadual e 54 a deputado federal. Já a chapa encabeçada por Zeca do PT, coligado ao PDT, PC do B, PV e PSL, promete lançar 90 candidatos a deputado estadual e 22 a deputado federal.

André Puccinelli escolheu a ex-prefeita da cidade de Três Lagoas, Simone Tebet, como sua vice. Ela é filha de Ramez Tebet, ex-presidente do Senado, morto em 2006. Disputam vaga no Senado na chapa do governador o deputado estadual do PMDB, Waldemir Moka e Murilo Zauith, do DEM. Já Zeca do PT define o vice na quarta-feira, dia 30, na convenção do partido.

Pelos comentários até agora entre os petistas, a mais cotada para a vaga é a advogada Tatiana Ujacov, professora universitária, militante do PV.

Zeca e Puccinelli dominam o cenário político sul-mato-grossense desde a década passada. Eles já se enfrentaram uma vez, quando disputaram a prefeitura de Campo Grande, em 1996. O peemedebista venceu o petista por diferença de 411 votos. À época o PT acusou o adversário por compra de votos, o caso foi investigado, mas o processo fechou sem culpados e a denúncia desmerecida.