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Número de milionários no Brasil pode crescer 81% até 2022, diz Credit Suisse
Banco projeta que número de brasileiros com mais de US$ 1 milhão subirá de 164 mil para 296 mil. Número de milionários no mundo cresceu 7% no último ano.
G1
14 de Novembro de 2017 - 16:10
O número de milionário no Brasil poderá chegar a 296 mil até 2022, o que representará uma alta de 81% ante os atuais 164 mil brasileiros com mais de US$ 1 milhão. A projeção é do banco Credit Suisse.
O relatório estima que o Brasil apresentará o segundo maior aumento no número de milionários crescimento entre 23 países analisados, perdendo apenas para a Argentina, cuja previsão é de uma alta de 127%, para 68 mil milionários. Na sequência, estão Índia (52%) e Rússia (49%).
Pela metodologia do estudo, são considerados milionários os indivíduos com ativos avaliados em mais de US$ 1 milhão, excluindo a residência principal.
Pelas estimativas do banco, em 5 anos o Brasil pode contribuir com US$ 1,6 trilhão para engordar o bolo de riqueza mundial e atingir cerca de US$ 4 trilhões em ativos em termos reais.
O "Global Wealth Report 2017" projeta uma taxa de crescimento no número de milionários de 54% na América Latina, enquanto que na África o incremento será de 73%. A média global para os próximos 5 anos é de alta 22%.
A expectativa é que o número de milionários no mundo suba dos atuais 36,5 milhões para 44 milhões de pessoas.
A perspectiva para o segmento milionário é mais otimista do que para a base da pirâmide (com faixa de riqueza de menos de US$ 10 mil por adulto), cuja previsão do banco é de uma queda de apenas 4%.
Os Estados Unidos concentram atualmente o maior número de milionários no mundo (15,35 milhões), seguidos por Japão (2,69 milhões), Reino Unido (2,19 milhões), Alemanha (1,96 milhão) e China ( 1,95 milhão). Veja tabela abaixo:
Número de milionários cresce 7% no mundo
Com o aumento da riqueza, o número de milionários em dólares no mundo cresceu 7% no último ano, o que representa um acréscimo de 2,34 milhões de indivíduos, dos quais quase a metade dos quais residem nos Estados Unidos.
Além disso, devido em parte ao aumento de 3% no valor do euro frente ao dólar, a entidade registrou 620 mil novos milionários em dólares nos principais países da zona do euro: Alemanha, França, Itália e Espanha.
Outros 200 mil novos milionários se somaram na Austrália e aproximadamente o mesmo número apareceu na China e na Índia conjuntamente.
O estudo notou que em poucos países houve uma queda de milionários e se houve, esta estava associada principalmente à desvalorização de divisas.
Riqueza global cresceu 6,4% no último ano
Segundo o relatório, a riqueza mundial em mãos privadas cresceu 6,4% no último ano (US$ 16,7 trilhões), o que representa o maior ritmo de crescimento desde 2012, alcançando US$ 280 trilhões.
Segundo o relatório, esse aumento, é o resultado de "lucros amplos nos mercados de capital combinado com avanços similares em ativos não financeiros, que evoluíram acima do nível prévio à crise financeira global de 2007 pela primeira vez neste ano".
O estudo destaca, além disso, que o aumento do patrimônio também superou o crescimento da população, de maneira que a média de riqueza por cada adulto aumentou 4,9% e alcançou um novo recorde de US$ 56,5 mil.
No entanto, a brecha entre os que mais têm e os que menos é considerável, dado que no ranking da distribuição da riqueza é possível observar que 3,5 bilhões de pessoas, equivalente a 70% de todos os adultos no mundo, possuem menos de US$ 10 mil.
Desafios para o Brasil
No tópico em que aborda o Brasil, o relatório destaca que o país foi afetado por uma crise dupla nos anos recentes, política e econômica, o que trouxe sérias dificuldades. Segundo o estudo, a riqueza por adulto caiu 35% desde 2011 em dólar, de US$ 26,8 mil para US$ 17,4 mil.
Assim como outros países da América Latina, o Brasil tem mais pessoas na faixa entre US$ 10 mil e US$ 100 mil de riqueza. A estimativa é que 1% dos brasileiros detenham 44% da riqueza privada do país.
"O nível de desigualdade relativamente elevado reflete em parte uma alta desigualdade de renda, que, por sua vez, está relacionada com o padrão de educação desigual em toda a população e a persistente divisão entre os setores formal e informal da economia", afirma o relatório.
O estudo destaca ainda que os ativos financeiros representaram em 2016 41% da riqueza bruta das famílias brasileiras, ante 36% no período entre 2009 e 2015, e que o endividamento subiu para um "nível preocupante", de uma taxa de 18% para 20% dos ativos brutos.