Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sábado, 23 de Novembro de 2024

Sidrolandia

Pecuaristas recolhem gado às pressas em planícies alagáveis no Pantanal

A enchente nas áreas ao Sul (Nabileque e Jacadigo) neste período do ano, é um indicativo de que a cheia será de maior intensidade com a chegada das águas de Cáceres, entre abril e junho

Correio do Estado

21 de Fevereiro de 2018 - 10:09

A forte chuva que assolou várias regiões de Mato Grosso do Sul também causa transtorno a produtores rurais de Corumbá. Ontem, o Sindicato Rural do município emitiu alerta para que o gado de áreas alagáveis da planície pantaneira seja recolhido com urgência, pois há previsão de cheia no Rio Paraguai com a continuidade das chuvas.

“O Pantanal está cheio, não é ainda uma enchente de grandes proporções, mas vai continuar enchendo porque as águas de Cáceres (alto Pantanal, em Mato Grosso) ainda não chegaram”, informou o presidente da entidade ruralista, Luciano Aguilar Leite. Ele se reuniu esta semana com pesquisadores da Embrapa Pantanal, com sede em Corumbá, para avaliar a situação.

Cheia antecipada

Os pantanais do Paiaguás e Nhecolândia, mais ao Norte, estão debaixo de água, segundo os pantaneiros. Bruno Viégas de Barros, da fazenda Boi Branco, relatou que a região está sendo muito afetada pelos repiques do Rio Taquari, e a chuva de 120 milímetros na semana passada, em Coxim, deve ampliar a área de inundação, com reflexos também no nível do Rio Paraguai.

A enchente nas áreas ao Sul (Nabileque e Jacadigo) neste período do ano, é um indicativo de que a cheia será de maior intensidade com a chegada das águas de Cáceres, entre abril e junho. “O produtor deve retirar o gado agora, pois continua chovendo e o Jacadigo ainda receberá água do Tucavaca (rio da Bolívia) nesta mesma época”, observou Luciano Leite.

Tráfego normal

Na parte da subregião da Nhecolândia sob influência dos rios Aquidauana, Miranda e Abobral, na Estrada Parque (MS-184), em Corumbá, os campos estão submersos, com forte vazão em direção ao rio Paraguai. A cheia, no entanto, ainda não afetou a maior atividade na região depois da pecuária, o ecoturismo. O acesso na MS-184 está normal até o trevo com a MS-228.

“Estamos operando sem problemas na Estrada Parque, mas o ritmo das águas alterna conforme as precipitações mais localizadas nas cabeceiras dos afluentes que cortam a nossa região”, relatou o empresário de turismo João Venturini. Nesta região, o Governo do Estado realiza manutenção periódica dos acessos, tanto pela MS-184 como pela MS-228.

Ladário está em alerta

A subida das águas esta semana no Miranda e Aquidauana, no entanto, deve alterar o cenário na região da Estrada Parque e ampliar o nível de inundação que já ocorre no Nabileque e Jacadigo. “O que diferencia a cheia deste ano das demais, e nos preocupa, é que as águas de Cáceres vão chegar com o Pantanal já cheio”, explicou o presidente do Sindicato Rural.

Na previsão da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Ministério das Minas Energia, o Rio Paraguai atingirá o nível de alerta de uma cheia pequena na régua de Ladário, ou seja, 4,0 metros, na primeira semana de março. Para a Embrapa Pantanal, é considerada uma cheia normal à cota de até 5,5 metros, e uma grande enchente, acima deste nível.