Poder de fogo do BC para baixar a inflação aumentou, diz Araújo

O poder de fogo da política de juros do Banco Central (BC) para domar a inflação "está mais eficiente" do que há algum tempo, disse, hoje, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo.

Sem querer mensurar de forma mais clara, ele afirmou que não se trata do tempo de transmissão da política monetária sobre preços, mas, sim, "com que intensidade a política de juros age sobre os preços."

Segundo Hamilton, a maior eficiência da política monetária pode ser medida da seguinte forma: o aumento da taxa básica de juros Selic para reduzir 0,5 ponto percentual na inflação, agora, é menor do que o que era necessário em 2006 para reduzir os mesmos 0,5 ponto, por exemplo.

Ele explicou que essa nova observação já foi levada em conta para a calibragem da Selic nessa nova trajetória de alta iniciada em abril deste ano.

Em exposição sobre os novos parâmetros macroeconômicos projetados pelo BC no Relatório Trimestral de Inflação de junho, Hamilton disse que a queda na inflação "é resultado de políticas implementadas por essa instituição. Não foi obra do acaso."

Ele lembrou que há alguns anos, o Brasil vivia taxas de inflação semanais nos patamares medidos atualmente para a variação anual. O BC projeta o IPCA em 5,4% em 2010; 5% em 2011 caindo a 4,8% no segundo trimestre de 2010.

"Os avanços são inegáveis. Nos últimos seis anos conseguimos manter a inflação na meta, ao redor de 4,7%", disse ele, referindo-se ao centro da meta de 4,5% no ano.

Ele citou que segundo consenso entre os bancos centrais, a estabilidade de preços seria obtida com inflação em torno de 3%, nos países emergentes. Ou seja, o Brasil ainda estaria com taxas acima desse conceito.

"Mas o Banco Central conseguiu manter a inflação na meta, e podemos acreditar que fizemos um bom trabalho", complementou ele.