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Sidrolandia

Prefeitura repassou R$ 8 mi ao Hospital de Corumbá desde 2005

Apesar do valor destinado à instituição, a situação financeira se agravou até se tornar inevitável a intervenção pelo Poder Público

Redação de noticia

13 de Maio de 2010 - 15:57

Desde que assumiu a gestão plena do Sistema Único de Saúde (SUS), em agosto de 2009, e até fevereiro deste ano, a Prefeitura Municipal repassou R$ 4.668.074,70 à Sociedade Beneficente Corumbaense, que administrava o Hospital de Caridade de Corumbá, como Contratualização Hospitalar do SUS. Por outro lado, o Município destinou voluntariamente outros R$ 3.374.122,90 à instituição desde 2005, como pagamento de plantões médicos, cobertura de déficit de custeio e aquisição de equipamentos hospitalares. Os dois números somam R$ 8.042.197,66 investidos no hospital, além da realização de obras de manutenção e doação de medicamentos.

Apesar do valor destinado à principal instituição de saúde do Pantanal, que atende a maioria dos corumbaenses, ladarenses e mesmo bolivianos, a situação financeira se agravou até se tornar inevitável a intervenção por parte do Poder Público. Foi o que ocorreu com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) na última quinta-feira (6), homologado pela Justiça local e que resultou na nomeação da Junta Administrativa que assumiu nesta quarta-feira (12) a gestão do hospital. A situação atual é alvo de reclamação da população, que aponta atendimento precário e falta de vagas, e do corpo médico, que alega completa falta de estrutura para o trabalho.

Além dos repasses referentes à Contratualização Hospitalar do SUS, a prefeitura destina ao hospital R$ 143 mil mensais em recursos próprios, sendo uma parte oriunda do pedágio na rodovia Romão Gomes. Além dessas duas cifras, que continuarão sendo cumpridas regularmente, o Município passará a destinar ao hospital mais R$ 50 mil mensais, como parte do acordo judicial. O Governo do Estado será responsável pelo repasse de R$ 70 mil por mês, enquanto a Prefeitura de Ladário assumiu o compromisso de destinar R$ 20 mil mensais. Conforme o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT), outros investimentos deverão ser anunciados ainda nesta semana.

Dívida e falta de estrutura

Os repasses realizados nos últimos anos não foram suficientes para que o hospital evitasse a atual situação financeira que, além de não oferecer as condições de atendimento e de trabalho aos profissionais, acumula dívida que pode superar R$ 10 milhões. Neste sentido, Ruiter deixou claro por que não houve intervenção direta do Executivo na instituição: “Não sabemos o tamanho da dívida, mas considerando que seja de R$ 10 milhões, uma intervenção direta significaria que a sociedade corumbaense é quem herdaria o passivo. E não vamos entregar esse débito ao povo local, pois não é dele, e sim de quem administrou o hospital até agora”.

Após ser nomeado na manhã desta terça-feira (11) como integrante da Junta Administrativa, o presidente da Associação Médica de Corumbá, Eduardo Lasmar Pacheco, relatou que os médicos trabalham sem as devidas condições técnicas, materiais e de recursos humanos. “Hoje falta antibiótico, material para operação, soro, além da condição de realizar exames e vagas. Acredito que essa intervenção nos dará a possibilidade de rever esse quadro, pois agora teremos de quem exigir melhores condições”, reforçou, afirmando que a intervenção era a única possibilidade de resolver a atual situação e para reivindicar mais recursos estruturais.