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Sidrolandia

Presidente da Colômbia lamenta fala de Lula sobre crise com Venezuela

Lula disse que conflito só acaba com posse de Santos na Colômbia. Álvaro Uribe insistiu em que busca uma solução pelo diálogo.

G1

29 de Julho de 2010 - 16:10

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, lamentou nesta quinta-feira (29) declarações de seu colega brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva sobre a ruptura de relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela, segundo comunicado oficial.

Uribe "deplorou" o fato de Lula se referir à crise diplomática como se fosse um "caso de assuntos pessoais", ignorando a ameaça que seria para a Colômbia a presença da guerrilha das Farc em território venezuelano.

"O presidente da República deplora que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem temos cultivado as melhores relações, se refira a nossa situação com a República Bolivariana da Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais, ignorando a ameaça que, para a Colômbia e o continente, representa a presença dos terroristas das Farc neste país", diz a nota.

"O presidente Lula desconhece nosso esforço para buscar soluções através do diálogo", continua a nota, que insiste em que a única solução para a crise é que a Venezuela não permita a presença de guerrilheiros em seu território.

O presidente Lula, por intermédio do porta-voz da presidência, afirmou que "não acha apropriado" responder às críticas.

As declarações de Lula foram feitas na véspera. Lula disse que pretende se reunir com Uribe, com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e com o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, para ajudar a reconciliar os vizinhos.

O brasileiro afirmou que só acredita que uma solução possa ser buscada depois da posse de Santos, em 7 de agosto. .“ O que nós temos é que ter, primeiro, paciência, que o presidente Santos tome posse”, disse Lula.

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, fala durante durante
cerimônia em Bogotá nesta terça-feira (27).O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, fala durante durante cerimônia em Bogotá nesta terça-feira (27). (Foto: AP)

A Colômbia denunciou diante da Organização dos Estados Americanos (OEA) que na Venezuela estão escondidos em torno de 1.500 guerrilheiros colombianos, acusação negada por Caracas e que provocou a decisão do governo de Hugo Chávez de romper relações no último dia 22 de julho.

Nesta quinta, ocorre em Quito (Equador) uma reunião extraordinária da Unasul (União Sul-Americana de Nações) para tentar a conciliação.

A Venezuela adiantou que apresentará nesse encontro uma proposta de paz para a Colômbia, plano rejeitado pelo governo de Uribe, que pede a formulação de um mecanismo de verificação sobre suas denúncias da suposta presença das guerrilhas em território venezuelano.