Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 20 de Setembro de 2024

Sidrolandia

Procuradora acusada de tortura vai para presídio de Bangu, diz delegado

Segundo a polícia, ela ficará em cela especial. Antes, Vera Lúcia Gomes deverá passar por exame de corpo de delito

Redação de noticia

13 de Maio de 2010 - 15:28

O delegado da Polinter, Paulo Freitas, que aguarda a saída de Vera Lúcia Sant’anna Gomes do Fórum no Centro do Rio, informou que ela ficará presa em uma cela especial no presídio de Pedrolino Werling de Oliveira, mais conhecido como Bangu 8, na Zona Oeste do Rio.

De acordo com o delegado, a suspeita primeiro será encaminhada à Polinter, no Andaraí, na Zona Norte, onde dará entrada no sistema carcerário. De lá,  seguirá para o Insittuto Médico Legal, onde fará  o exame de corpo de delito, e deverá passar esta noite em Bangu 8.

A procuradora se entregou à polícia no início da tarde desta quinta-feira (13), no Fórum do Rio, no Centro da cidade. Vera Gomes é acusada de torturar uma menina de 2 anos, que estava sob sua guarda provisória.

Na noite de quarta-feira (12), dois dias depois de a Justiça negar a revogação da prisão da procuradora, seu advogado, Jair Leite Pereira, anunciou que ela iria se apresentar até sexta-feira (14), o que se confirmou nesta quinta (13).

Prisão decretada
No último dia 5, o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal da capital, decretou a
prisão preventiva da procuradora. Policiais estiveram no apartamento de Vera Lúcia, em Ipanema, na Zona Sul, mas ela não foi encontrada. Os agentes também foram à casa da procuradora em Búzios, na Região dos Lagos.

O Disque-Denúncia havia recebido, até a tarde de quarta-feira (12), 35 informações sobre o paradeiro da procuradora. O número de denúncias cresceu depois da divulgação de um cartaz com a foto da procuradora aposentada, na terça-feira (11).

Procuradora terá que pagar tratamento de menina
No dia 6 de maio, a Vara de Infância, Juventude e Idoso da capital ordenou que Vera Lúcia Gomes pague o tratamento psicológico ou psiquiátrico da criança. As informações são do Ministério Público.

O MP informou que a procuradora terá que começar a custear “imediatamente” o tratamento, em unidade particular de saúde, no valor de 10% de seus rendimentos. Ainda segundo o MP, a Justiça enviou ofício ao abrigo onde a menina se encontra para que providencie o profissional que fará o tratamento.

A ação sustenta que o “tratamento psicológico contribuirá para atenuar, desde logo, o sofrimento da criança, proporcionando-lhe a oportunidade de se tornar uma pessoa livre dos traumas acarretados pelos atos praticados pela ré”. Os promotores pedem ainda estudo psicológico para verificar o dano emocional sofrido pela criança. Segundo o MP, ainda cabe recurso da decisão.

Na ação, cujo mérito ainda não foi julgado, o MP pede ainda a condenação da procuradora aposentada ao pagamento de indenização por danos morais de, pelo menos, mil salários mínimos (R$ 510 mil) e de uma pensão mensal de 10% de seus rendimentos, a título de danos morais, até que a criança complete 18 anos de idade.