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Sidrolandia

Professores de Dourados confirmam indicativo de greve

Professores de Dourados confirmam indicativo de greve e Prefeitura diz que ato tem interesses partidários

Capital News

13 de Abril de 2010 - 13:10

Professores de Dourados resolveram aderir a greve a partir de segunda-feira (19). Eles querem aumento salarial que varia de 40,63% a 44,24% para educadores da rede municipal de ensino. A Prefeitura oferece 6% de reajuste. A decisão dos servidores foi tomada após assembleia geral realizada nesta segunda (12). Em nota, a Prefeitura afirma que os pedidos e a decisão de paralisar as atividades são de cunho eleitoreiros. O texto expõe que a reivindicação e a greve têm “interesses políticos e tenta desestabilizar a atual administração municipal”.

Conforme a Prefeitura, o “sindicato que agora incita professores a fazer greve, na administração passada liderou movimento para baixar salários do magistério”. Isso, segundo a instituição, foi praticado na época da gestão de Laerte Tetila (PT), que antecedeu à atual, de Ari Artuzi (PDT). Ainda segundo a nota, o sindicato tem "boa parte dos membros de sua diretoria militando na política partidária".

Por intermédio da assessoria de imprensa, a secretária municipal de Educação, Marlene Vasconcelos, diz que a mobilização dos docentes trata-se de um movimento político-partidário. “O sindicato que agora cobra um reajuste de 40% para os professores é o mesmo que em 2001 foi até a Câmara de Vereadores e propôs uma redução de R$ 50 no salário desses profissionais, alegando que a administração que se iniciava naquele ano estava com dificuldades. Isso deixa claro que trata-se de um movimento político, pois não existe a mínima condição de repor em um ano toda a defasagem salarial que se acumulou durante oito anos.”

Conforme o Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados (Simted/Dourados), nega que o movimento pró-greve tenha caráter eleitoral.

Ao Capital News, o vice-presidente da entidade, Sílvio Raimundo da Silva, enfatiza que “não houve avanço nas negociações quanto ao salário e uma série de outras reivindicações”. A categoria solicita implantação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) e aumento de 25% para 30% nos investimentos totais na área de Educação, além do aumento de salário.

Por enquanto, a categoria recebe de R$ 607 (profissionais com magistério) a R$ 933 (profissionais com ensino superior). “Queremos equiparação com o Estado na verdade. Além, é claro de mais investimentos. Acontece que, houve crescimento da demanda após os Ceins [Centros de Educação Infatil] – que, por lei federal, migraram da responsabilidade da Secretaria de Assistência Social parar a de Educação. São 29 Ceims. Houve aumento de demanda”, defende Sílvio.

Na rede básica de educação de Dourados (segunda maior cidade sul-mato-grossense, que fica a 228 quilômetros ao sul de Campo Grande) atuam aproximadamente 2,5 mil educadores e cerca de mil administrativos. Eles atendem a cerca de 25 mil alunos.

“Oferecemos à Prefeitura a proposta de que ela ofertasse uma política de reajuste de médio ou de longo prazo [ou seja, que o aumento fosse gradativo]. Mas, mesmo assim, a negociação não progrediu. Após a assembleia geral [realizada ontem], ficou decidido o indicativo de greve. Claro que, se a Prefeitura tornar o diálogo, vamos abrir a conversa na segunda. Nossa intenção, não é prejudicar ninguém. Mas, achamos que dinheiro colocado na educação não é gasto, é investimento parar melhorar a qualidade de vida da população”, acrescenta Sílvio Raimundo, vice-presidente do Simted/Dourados.